Há um caminho que colocaria cada pessoa que aceitou a Jesus como seu Salvador em um cenário envolvente e engajada com a nova vida que ela agora tem
Por Lourenço Stelio Rega
Tem sido comum vermos um cartaz com estes dizeres na porta de algum estabelecimento comercial desejando informar que agora está iniciando um novo momento na história daquela empresa e que os clientes poderão esperar por uma nova maneira de atendimento, novas alternativas e melhorias nos serviços e produtos.
É muito interessante esse cenário pois aponta para um novo estilo de atuar, novos valores e práticas éticas e relacionais a serem assumidos.
Estou pensando em nosso encontro com Jesus Cristo e como ocorrem os primeiros momentos que passamos a ter a nova vida nele. Em geral orientamos o novo cristão que agora ele é filho de Deus, tem uma nova família, que é sua igreja, e que deve estar junto dela sempre presente participando de suas atividades, contribuindo para a obra, lendo a Bíblia, orando, frequentando algum pequeno grupo e dependendo de Deus para a vida diária.
E, então, a pessoa começa a frequentar as atividades da igreja, vai ser preparada para o batismo e frequentar os cultos aos domingos, ouvir sermões que poderão ser aplicados em sua vida pessoal. Se tiver alguma habilidade, logo vai estar envolvida com alguma atividade na igreja assumindo algum cargo. A vida continua e gora pode contar com a oração e companhia dos irmãos e ir tocando o seu dia a dia em seu lar, em seu emprego.
Mas eu gostaria de mostrar hoje um caminho mais profundo e que colocaria cada pessoa que aceitou a Jesus como seu Salvador e Senhor em um cenário muito mais envolvente e engajada com a nova vida que ela agora tem.


No Novo Testamento há diversas figuras que demonstram o papel que temos diante de nós, salvos por Jesus, na nossa vida pública. Em primeiro lugar, o chamado de Jesus envolve TEMPO INTEGRAL, isto é, cada dia (Lc 9.23), quer vai muito mais além de apenas o envolvimento dominical nas atividades eclesiásticas.
Em segundo lugar, neste texto temos ainda o desafio de “tomar a nossa cruz” (nossa vida, nossa história) e seguir a Jesus. Mas isso vai mais além de apenas o seguirmos até a cruz para entregar nosso “eu”, nossa história para ele, pois Jesus, depois de crucificado e morto, ressuscitou e Paulo nos lembra que “fomos sepultados com ele [Jesus] na morte […] para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos […], assim também andemos em NOVIDADE DE VIDA” (Rm 6.4).
Então, “andar em novidade de vida” representa o final de semana, mas também OS OUTROS SEIS DIAS da semana. Isso é TEMPO INTEGRAL de vida vivida à luz dos ideais do Evangelho que aceitamos, de modo que poderemos cumprir o nosso papel de sermos “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 6.13ss) e embaixadores do reino de Deus (2Co 5.20) e isso na vida cotidiana, na vida profissional, doméstica, na faculdade, no trânsito, na vida pública.
O missiólogo Ed Stetzer diz que “se vivo uma vida MISSIONAL, vivo uma vida moldada pela missão de Deus” (missĭo Dei), que é restaurar toda criação e criatura. Assim, a partir de minha conversão o MEU PROJETO DE VIDA será agora o projeto dessa missão de Deus e eu me entrego como seu instrumento para que ele, em sua missão de restaurar toda criação e criatura, me tenha como sua ferramenta na vida diária e pública mostrando o vivo Evangelho por meio de minhas ações e testemunho.
Em outras palavras, meu projeto de vida, a partir disso, estará SOB NOVA DIREÇÃO de forma integral.
Lourenço Stelio Rega é eticista e Especialista em Bioética pelo Albert Einstein Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (Hospital Albert Einstein)