Em reunião hoje, mesa diretora da Câmara decidiu reativar Conselho de Ética para analisar caso da deputada. Flordelis foi indiciada por homicídio triplamente qualificado
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu hoje, 1º de setembro, reativar o Conselho de Ética da Casa para que o caso de deputada federal Flordelis (PSD-RJ) seja analisado.
Reunião foi realizada pela manhã, em conferência virtual, para definir internamente a situação da parlamentar, que foi denunciada pelo homicídio de seu marido, pastor Anderson do Carmo.
O crime foi no dia 16 de junho de 2019, quando ele chegou em casa, em Niterói, sendo alvejado com vários tiros.
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Em reunião com a presença do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os integrantes da Mesa Diretora assinaram documento para convocar pelo menos três comissões: Conselho de Ética, Comissão de Constituição e Justiça, e a Comissão de Fiscalização e Controle.
A expectativa é que os colegiados possam funcionar de maneira remota ou parcialmente presencial a partir da semana que vem. No Conselho de Ética, o caso Flordelis deve ser o primeiro a ser analisado devido à sua gravidade, embora haja outros oito casos também à espera de serem pautados, ainda de 2019.
Ainda assim, o processo de Flordelis não vai diretamente para o Conselho de Ética. Antes, a Mesa Diretora vai encaminhar o caso à corregedoria da Câmara. O órgão vai ouvir a deputada para que apresente defesa e, então, elaborará um parecer.
Se pela continuidade do processo, uma representação já apresentada por algum parlamentar será encaminhada ao Conselho de Ética. O mais provável é que o pedido de cassação feito pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) seja utilizado.
PSD
O Partido Social Democrático (PSD) decidiu tomar as medidas cabíveis para suspender a filiação da deputada federal. De acordo com o presidente do partido, Gilberto Kassab, a sigla vai adotar medidas internas para expulsar a deputada de seus quadros.
O caso
A deputada foi indiciada pelo crime de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
Segundo o delegado Allan Duarte, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSGI), no Estado do Rio de Janeiro, na primeira fase da investigação foi identificado como executor o filho biológico da deputada, Flávio dos Santos Rodrigues. O filho adotivo do casal, Lucas César dos Santos, foi apontado como a pessoa que comprou a arma utilizada no assassinato.
Na segunda fase da apuração, ainda segundo o delegado, novas provas e ações de inteligência constataram que Flordelis foi a mandante do homicídio. A investigação aponta como motivação principal a disputa de poder entre o casal e a emancipação financeira dela.
Defesa
O advogado Anderson Rollemberg, que defende Flordelis, afirmou não há elementos que sustentem a denúncia contra ela. Para ele, as mensagens encontradas pela polícia no celular da deputada não foram escritas por ela, mas sim por uma das filhas, que tinha acesso ao aparelho.
*Com informações da Agência Câmara e Agência Brasil