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domingo, 20 DE abril DE 2025

Saúde mental das crianças preocupa especialistas e desafia famílias

Assim como os pais buscam um pediatra ao identificar um problema físico, eles devem agir da mesma forma ao notarem questões emocionais

Estudos apontam que metade dos transtornos mentais começa na infância, destacando a importância da atenção dos pais ao bem-estar emocional

Por Patrícia Esteves

A saúde mental das crianças é tão relevante quanto a saúde física. Ainda assim, o tema muitas vezes é deixado de lado por pais e cuidadores. Entretanto, reconhecer sinais de sofrimento emocional e agir preventivamente pode fazer toda a diferença no desenvolvimento dos pequenos. A saúde mental na infância é uma questão que vem ganhando cada vez mais relevância, e com razão. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 20% das crianças e adolescentes enfrentam transtornos mentais em algum momento da vida.

No Brasil, estudos epidemiológicos apontam que entre 7% e 12,7% das crianças apresentam transtornos mentais diagnosticáveis. Além disso, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), metade dos transtornos mentais começa antes dos 14 anos, e 75% têm início ainda na infância ou adolescência. Esses números preocupantes destacam a importância de uma abordagem proativa e atenta por parte dos pais para identificar sinais de sofrimento emocional em seus filhos. Ou seja, as crianças estão sob pressão.

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A psicóloga Paula Santos, especialista em saúde mental infantil, destaca a importância de uma abordagem atenta e integrada, envolvendo corpo, mente e espírito. Segundo Paula, mudanças bruscas no comportamento são um dos sinais mais evidentes de que algo pode estar errado. Além disso, ela reforça que a comunicação dentro de casa é essencial para identificar problemas. “Quando a comunicação ocorre de maneira bem relacional, os pais conseguem identificar verbalmente e nas atitudes se o filho está em algum tipo de sofrimento”, destaca.

Paula também ressalta a necessidade de não banalizar o sofrimento psíquico. Assim como os pais buscam um pediatra ao identificar um problema físico, eles devem agir da mesma forma ao notarem questões emocionais. “Existem muitas doenças do corpo cuja origem não é biológica. A causa é emocional. Então, um fator está interligado ao outro”, explica.

O papel do ambiente familiar

A influência do ambiente familiar é inegável. Pais que mantêm um relacionamento funcional e aberto com os filhos ajudam a promover saúde mental e bem-estar emocional. “A diferença na evolução dos pacientes que têm uma família funcional dentro de casa é muito clara. Crianças de famílias disfuncionais, onde os pais não se comunicam ou não têm conexão, enfrentam mais dificuldades”, ela ressalta sobre a questão.

Essa visão encontra eco na Palavra de Deus, que nos ensina sobre a importância de construir lares sólidos. Em Provérbios 22:6, lemos um texto que amplamente difundido entre cristãos: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. Segundo Paula, esse cuidado deve ir além do ensino espiritual, alcançando também o emocional.

Saúde mental das crianças preocupa especialistas e desafia famílias
Paula Santos aborda a importância do cuidado com a saúde mental das crianças e destaca o papel dos pais no desenvolvimento emocional saudável – Foto: Arquivo pessoal

Estratégias para pais

– Promover um ambiente saudável é possível por meio de pequenas mudanças no cotidiano.

– Dedicar tempo de qualidade às crianças.

– Ouvir o que elas têm a dizer.

– Demonstrar afeto.

Esses são passos fundamentais e Paula também sugere que os pais abordem assuntos difíceis com naturalidade e empatia, ajudando os filhos a nomearem e compreenderem suas emoções.

Ela reforça ainda a importância da terapia não apenas como solução para problemas, mas como ferramenta de prevenção. “Infelizmente, ainda é a minoria que recorre à terapia pensando em prevenção. Mas, graças a Deus, recebemos famílias que já têm essa visão. Geralmente, são pais que passaram por processos terapêuticos e entendem a importância”, diz.

Envolvendo a espiritualidade

“Corpo, mente e espírito estão interligados. É muito importante que a gente cuide dessas três áreas”, pondera a psicóloga. Além das questões emocionais e comportamentais, Paula destaca que o aspecto espiritual não pode ser negligenciado. Para ela, acreditar em Deus e ter um líder pastoral de confiança também faz parte do cuidado integral.

Pais que procuram esse equilíbrio fortalecem não apenas seus lares, mas também o futuro de seus filhos. A infância, como bem define a psicóloga, é o “chão que pisamos a vida inteira”. Investir nesse período é semear para a vida adulta, preparando as crianças para lidarem com os desafios emocionais de maneira saudável e madura.

Cuidar da saúde mental na infância é um ato de amor, fé e responsabilidade. É reconhecer que, assim como o corpo precisa de cuidados médicos, a mente também requer atenção profissional e espiritual, assegurando um desenvolvimento pleno e equilibrado para as próximas gerações.

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