“Ao celebrarmos a morte e ressurreição de Cristo, é bom lembrarmos a singularidade de Cristo”
Por Marlon Max
Quando o assunto é religião, muitas pessoas buscam responder questões profundas de forma evasiva. Um exemplo disso é a afirmação universal que todo cristão faz: “só há um Deus, um caminho e um salvado”. Para quem não comunga da mesma fé, a citação por soar arrogante.
Essa não é uma questão meramente teológica — até porque não se explica teologia cristã para quem não entende os pilares básicos da fé salvadora em Jesus. O pastor americano reformado R.C. Sproul, trata justamente desse assunto em uma de suas exposições bíblicas.
“Fomos inundados com o ponto de vista de que há muitos caminhos que levam ao céu, e que Deus não é tão estreito a ponto de exigir uma estrita fidelidade a um caminho de salvação. Se alguma coisa atinge a raiz da árvore do pluralismo e do relativismo, é uma reivindicação de exclusividade para qualquer religião”, explica Sproul.
É obvio que a ideia do teólogo e pastor não é motivada por preconceito ou segregação, mas ao contrário, demonstra a necessidade de traduzir as motivações cristãs na vivência de cada filho de Deus. O pastor faz a mesma analogia sobre o apóstolo Paulo.
“É claro que Paulo não está expressando preconceito ou ódio de forma alguma. Ele está simplesmente expressando a verdade de Deus, a mesma verdade que Jesus ensinou quando disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim ”(João 14: 6). Paulo está afirmando a singularidade de Cristo, especificamente em Seu papel como Mediador. Um mediador é um intermediário, alguém que se posiciona entre duas partes que estão distantes ou envolvidas em algum tipo de disputa. Paulo declara que Cristo é o único Mediador entre duas partes em conflito uma com a outra – Deus e os homens”, esclarece.
Desta forma, se percebe a urgência em comunicar o cristianismo de forma inclusiva, isto é, sem criar uma redoma “dos salvos”, e presumir que os demais estão destinado à perdição. Como Sproul já citou, Cristo quer mediar, ser a ponte entre o homem e o Pai. O trabalho do cristão é refletir o amor incondicional de Jesus pelos seus filhos, de tal modo que a graça de cristo revelada pelo espírito santo alcance aqueles que vivem errantes e fora dos propósitos de Deus. Sproul entretanto alerta:
“A Bíblia não oferece esperança de que adoradores sinceros de outras religiões sejam salvos sem fé pessoal em Jesus Cristo. Como Paulo disse em Atenas, “Deus passou por cima dos tempos de ignorância, mas agora ordena a todas as pessoas em todos os lugares que se arrependam” (Atos 17:30). Existe um requisito universal para que as pessoas professem fé em Cristo”, conclui.