Os quenianos se reúnem no Estádio Nyayo, localizado na capital Nairóbi, para clamar o Senhor por chuvas
Por Patricia Scott
O primeiro presidente cristão do Quênia, William Ruto, convocou à população para um clamor ao Senhor pelo fim da seca. O primeiro dia nacional de clamor aconteceu nesta terça-feira (14). Os quenianos se reúnem no Estádio Nyayo, localizado na capital Nairóbi. Durante o dia inteiro, pastores e lideres participam da intercessão por chuvas.
“Como governo, estabelecemos planos elaborados para a segurança alimentar, temos sementes, fertilizantes em abundância e estratégias de coleta de água, incluindo barragens. Agora precisamos que Deus nos envie a chuva”, detalhou Ruto, que traçou um renascimento econômico para o país que depende de uma estação chuvosa bem-sucedida.
Fé em ação
“Peço a todas as pessoas orem por nosso país”, pediu William Ruto, que foi empossado em 13 de setembro de 2022. Na ocasião, ele segurou a Bíblia para discursar, sinalizando a dependência da Palavra de Deus.
Seca
Vale salientar que o Quênia e outras nações do leste africano têm experimentado algumas das piores condições de seca em décadas. A sequidão tem gerado queda na safra, perda de gado, além da desnutrição.
No Quênia, a agricultura doméstica é uma significativa parcela da economia. De acordo com a agência humanitária da ONU, a seca em curso na região foi classificada como uma “catástrofe humanitária que se desenvolve rapidamente”.
Mudança climática
A mudança climática causada pelo homem tem exacerbado as condições extremas, informam os meteorologistas. “É hora de começarmos a incluir a mudança climática como um fator em nossos planos de desenvolvimento”, destacou Evans Mukolwe, ex-diretor das agências meteorológicas do Quênia e da ONU.
Segundo ele, “a atual seca sobre a qual alertamos há alguns anos tem ramificações mais amplas nas condições socioeconômicas da região, incluindo paz, segurança e estabilidade política”. Mukolwe afirmou ainda que a mudança climática contribuiu para estações chuvosas abaixo da média na região por cerca de três décadas.
O Centro Climático da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento divulgou que, desde 2020, cinco estações chuvosas não aconteceu, o que afetou mais de 50 milhões de pessoas. A instituição divulgará projeções para a longa temporada de chuvas. No entanto, as primeiras projeções de outros grupos meteorológicos não são otimistas.
Com informações AP News