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quinta-feira, 28 março 2024

Quem você é quando ninguém está olhando?

Foto: Reprodução

Para serem aceitas, as pessoas criam personagens, deixando de lado a identidade estabelecida por Cristo, diz psicóloga

Por Patricia Scott

Na análise da psicóloga Lúcia Rodovalho, bispa da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, hoje em dia, principalmente por causa das mídias sociais, as pessoas se preocupam muito em serem vistas e admiradas. “Então, criam um personagem para construir uma narrativa irreal onde apresentam o mundo de seus sonhos”. 

Segundo ela, na verdade, ninguém consegue viver 24 horas do dia da maneira em que se mostra nas redes sociais. “Ninguém sustenta seu personagem por muito tempo, por isso é mais importante cultivar a imagem que Deus tem de você”.

Lúcia cita o exemplo de Moisés, que olhou para os lados antes de matar o egípcio para certificar-se que não havia pessoas olhando. Ele se esqueceu “de olhar para o lugar principal: para cima, para Deus”. Na opinião da bispa, se houvesse alguém ali, Moisés não teria matado aquele homem. “Ele ainda não tinha uma experiência real com o Senhor, por isso se preocupou apenas com o fato de haver ou não pessoas presenciando aquela situação”.

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A psicóloga explica que Moisés tinha uma reputação a zelar, porque ele era um príncipe no Egito. No entanto, ela afirma, que ele era emocionalmente doente. “Foi preciso Deus trabalhar com Moisés por 40 anos no deserto antes de chamá-lo para libertar o povo de Israel”.

Quem você é quando ninguém está olhando?
Bispa Lúcia Rodovalho – Foto: Reprodução

Nesse período, ele aprendeu, de acordo com Lúcia, que o importante não era o que os homens pensavam acerca dele, mas o que Deus pensava. “Que o Senhor nos guarde de precisar de tanto tempo assim para entendermos essa mesma verdade”.

A doença de Moisés é a mesma da nossa sociedade atual, diz Lúcia Rodovalho. “As pessoas usam máscaras alegres para esconderem uma vida triste. Mesmo quando estão com pessoas de sua confiança, elas se acostumaram a dizer que ‘está tudo bem’ quando questionadas como estão”.

É preciso, no entendimento da bispa, resgatar a relevância dessa pergunta e dar às pessoas a oportunidade de dizer que não está tudo bem. “Precisamos demonstrar que estamos disponíveis para ouvi-las e ajudá-las. Infelizmente, as pessoas estão se desacostumando a ouvir as pessoas e perdendo o maior objetivo na vida, que é se conectar com outros e ajudá-los com a presença e o poder de Deus”.

Ela explica que Deus não quer que o cristão tenha múltiplas personas. “Ele quer curar você, quer que seja como realmente é, como Ele lhe criou, com seus dons, temperamento, maneira de ser”, assevera e frisa: “As pessoas devem gostar de você pelo que você é, e não pelo que tem ou faz. Quando você finge que é outra pessoa, está distorcendo a sua essência. Porém, quando se mostra como realmente é, as pessoas passam a se aproximar de você. Afinal, todo mundo gosta de gente autêntica, verdadeira”.

Lúcia salienta que o problema das máscaras é que elas afastam as pessoas, o cônjuge, os filhos, os discípulos. “Elas encobrem as atitudes da alma. Porém, uma hora essa máscara cairá, e você não estará preparado para encarar quem realmente é”.

Uma pessoa autêntica é transparente e é livre, ela diz. Isso exige um preço, pontua a psicóloga, mas é o melhor investimento da vida. “O processo de reconhecer e aceitar sua própria identidade é contínuo, diário. Normalmente, as pessoas vivem no ‘piloto automático’, sempre tentando demonstrar para todos que está tudo bem, mas isso as adoece, pois o cérebro humano entra em conflito ao receber uma mensagem falsa. É assim que começam as crises emocionais”.

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