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quinta-feira, 28 março 2024

Quase 1.900 nigerianos mortos em ataques violentos nos primeiros três meses deste ano

Ataque de grupo islâmico contra cristãos da Nigéria. Foto: Portas Abertas

Violência contra cristãos na Nigéria aumenta à medida que grupos islâmicos armados se unem. Milhões de pessoas fugiram de suas casas e mais de 8,4 milhões de nigerianos, só na região nordeste, precisam de assistência humanitária, com crise alimentar.

Por Lilia Barros

Estudos sobre a perseguição extrema contra cristãos e violência no Oeste Africano e Nigéria apontam que quase 1.900 nigerianos foram mortos em ataques violentos nos primeiros três meses deste ano

O estudo foi realizado pela Portas Abertas, organização que atua nesses países e em mais de 60 nações para apoiar os cristãos que são perseguidos e violentados em sua liberdade religiosa, e mostra que a violência contra cristãos aumenta à medida que grupos armados e grupos islâmicos radicais se unem para perseguir e hostilizar cristãos na região.

Entre 1º de janeiro e 31 de março, 1.884 vidas foram ceifadas em ataques de grupos islâmicos como Boko Haram e Estado Islâmico na Província da África Ocidental, pastores de cabra Fulani, bandidos e gangues violentas.

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A pesquisa, baseada em relatos da mídia e em projetos da Organização, com base em relatos da mídia, mostrou que o noroeste da Nigéria foi a região mais afetada, com 782 pessoas mortas. A região registrou 441 pessoas mortas violentamente, seguido de perto pelo Centro-Norte, também conhecido como Cinturão Médio da Nigéria, com 425 mortes como resultado desses ataques.

No dia 19 de abril, pelo menos 20 pessoas foram mortas ou feridas em um ataque do braço do Estado Islâmico que atua na região em um mercado em Iware, uma cidade no estado de Taraba, leste da Nigéria. Em um comunicado publicado no Telegram, o grupo disse que “soldados do califado no centro da Nigéria” atacaram “uma reunião de cristãos infiéis”.

Uma semana antes, no domingo, 10 de abril, militantes Fulani atacaram 10 comunidades no estado de Plateau, na região centro-norte da Nigéria, matando mais de 150 pessoas.

“A situação de segurança [no centro-norte] é altamente volátil”, disse um relatório de três ONGs que visitaram recentemente a região. “Grupos díspares de vigilantes cristãos e não religiosos começam a realizar represálias contra os grupos extremistas muçulmanos. Espera-se que as tensões religiosas aumentem no período que antecede as eleições da Nigéria de 2023”, alertou o relatório.

Acordo profano

Ataques recentes a um trem que viaja do Aeroporto Internacional de Abuja e Kaduna, bem como batalhas com forças do governo, indicam uma colaboração entre os diferentes grupos violentos, relata o documento da Portas Abertas. “Parece que o país está agora tendo que enfrentar um poderoso triunvirato – alguns diriam, um monstro de três cabeças – já que Boko Haram/Estado Islâmico, milícia Fulani e os chamados guerrilheiros independentes estão evidentemente agindo em cooperação uns com os outros”, analisa um especialista em perseguição da Portas Abertas.

Isso parece ser reconhecido pelo governo também. Após os assassinatos em massa em Plateau, o Ministério da Informação do Estado, Lai Mohammed, disse à imprensa que os ataques foram resultado de “uma espécie de acordo profano entre guerrilheiros e insurgentes do Boko Haram”.

Enquanto isso, o aumento da violência fez com que milhões de pessoas fugissem de suas casas. Mais de 8,4 milhões de nigerianos só na região nordeste precisam de assistência humanitária, metade deles enfrentando uma crise alimentar, disse o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários há duas semanas.

Embora a violência afete a todos, os cristãos costumam ser alvos específicos por causa de sua fé. Este ano, a Nigéria subiu duas posições na Lista Mundial da Perseguição 2022, que classifica os 50 países onde é mais difícil viver como cristão. Agora é o 7º o país onde os cristãos enfrentam mais violência no mundo.

Com informações do Portas Abertas

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