Quarentena, bloqueio e distanciamento social nos permitem espaço para considerar valores orientados para a fé

Existe solidariedade nas dificuldades e no isolamento. Essa é uma lição que ficou clara para o mundo nas últimas semanas, à medida que as comunidades formam “milícias de carinho” e encontram novas maneiras de continuar celebrando sua fé, apesar do distanciamento social com a quarentena.

Muitos lares agora se tornaram suas próprias igrejas. Adorando em suas salas de estar, diante de televisões e telas de computadores. Para muitos ao redor do mundo, as igrejas domésticas não são novas.

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Na China, são mais de 30 milhões de cristãos que adoram em segredo diante da perseguição. As reuniões cristãs são ilegais na China, então esses cristãos adoram no que são conhecidas como “igrejas domésticas” – locais secretos de adoração. Às vezes, os serviços acontecem literalmente em uma casa, e às vezes ocorrem em salas de reunião clandestinas.

Os cristãos não estão adorando em segredo, e sim adorando em isolamento físico. Embora não tenhamos o mesmo tipo de espírito de adoração coletiva de uma grande igreja reunida nas mídias sociais, o que temos a sorte de ter é um tempo para fortalecer o compromisso de nossa família com nossa fé.

As famílias são os alicerces de uma sociedade moral, saudável e próspera, e se usarmos esse tempo para mostrar amor e gratidão uns aos outros e a Deus; ler a Bíblia em família, como as pessoas fizeram por centenas de anos; e para ter conversas pessoais e apressadas sobre por que nossa fé é importante, podemos colher as bênçãos do tempo juntos. Isso inclui uma oportunidade única de adorar com nossos filhos, que normalmente podem ser separados dos adultos na “igreja infantil” durante os cultos de domingo.

A grandeza da América reside no caráter de nosso povo, nas simples virtudes da fé, casamento, trabalho duro, família, responsabilidade pessoal e ajudar o menos entre nós. Quarentena, bloqueio e distanciamento social nos permitem espaço para considerar valores orientados para a fé. Os casais que estão com dificuldades no casamento podem usar esse tempo para trazer paz ao relacionamento e redescobrir o amor um pelo outro.

Lembremo-nos de quando nos irritamos com a proximidade constante de nossos cônjuges, pois o casamento é um sacramento da fé e a personificação viva do amor de Jesus pela igreja. Se nos lembrarmos que o casamento é um sacramento, enfrentaremos a coabitação com amor um pelo outro, em vez de irritação.

Nunca antes foi mais crítico vivermos de acordo com os valores que nos definem como famílias, comunidades e nação. Que sorte temos de poder expressar nossa fé abertamente como sociedade, quando um em cada nove cristãos em todo o mundo enfrenta perseguição.

Durante esse período, podemos expressar essa fé oferecendo nossos serviços a idosos em nossa comunidade da igreja e em nosso bairro, que podem não ser capazes de deixar suas casas para comprar comida. Podemos ligar para alguém que mora sozinho. Podemos comprar cartões de presente em nossas lojas e restaurantes locais. Nós podemos contribuir com “jarros virtuais” para os funcionários do serviço de alimentação.

E podemos orar um pelo outro. Podemos orar por aqueles que estão encarcerados; aqueles que são novos neste país e podem estar enfrentando esse desafio sem uma rede de apoio; aqueles que estão doentes; aqueles que são sem-teto; e aqueles que estão preocupados com o pagamento das contas.

Vamos usar esse tempo para nos aproximarmos de Deus e uns dos outros. Quando finalmente emergimos de nossos lares, podemos emergir com fé renovada, em vez de com medo.

Por Timothy Head – diretor executivo da Coalizão de Fé e Liberdade