“Esse é um processo que deve ser respeitado, sempre um passo de cada vez, até o entendimento de que as coisas acontecem e muitas vezes não temos o poder de mudá-las”
Por Patricia Scott
O luto faz parte da vida. Ele pode ocorrer por vários motivos como, por exemplo, o divórcio, o desemprego, a perda de uma pessoa querida, desencadeando um processo doloroso. É impossível não vivenciar esse sentimento durante a jornada na Terra. No entanto, esse momento é propício para buscar ainda mais a presença do Senhor.
A Palavra de Deus aponta em Eclesiastes 3.1-4: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar”. Assim, o luto não representa falta de fé. Isto porque ele é inerente à vida. Davi e Jó enfrentaram a dor do luto.
No entanto, todo luto é delicado. Segundo a doutora em psicologia pela PUC-SP Blenda Oliveira, ele chega para cada pessoa de forma e intensidade diferente. A especialista explica que é impossível saber como cada um vai administrar e lidar com a dor acarretada. Entretanto muitos perguntam: “Quanto tempo dura o luto?”.
De acordo com Blenda, não existe um tempo determinado. “Não há uma regra ou uma forma de calcular o tempo em que uma pessoa vai enfrentar o luto, são muitos detalhes de variação que influenciam na duração desse processo”.
Ela detalha que fatores, como o tipo de luto e a surpresa da perda fazem toda a diferença. Por exemplo, em casos em que uma “pessoa já estava doente, e a família aguardava a despedida, o processo pode ser um pouco menos agressivo”. Em contrapartida, há outros mais inesperados, e a dor por vir de forma mais dura e gerar impactos maiores”.
Brenda explica que o luto possui cinco estágios, que fazem parte do processo da dor. No primeiro, a negação é a válvula de escape no momento de desespero, a raiva vem em seguida e, às vezes, traz a necessidade de justiça e busca por um culpado para aquela situação.
Na fase de barganha existe uma negociação consigo mesmo, conforme Brenda ressalta, buscando preencher o vazio. Já o momento da depressão é quando a pessoa se dá conta de que algo chegou ao fim, o que desperta tristeza e melancolia que são muito dolorosos. Depois, vem a aceitação.
“Apesar de ser muito doloroso, o luto é uma etapa importante e necessária, pois quando o indivíduo entra na fase de aceitação entende que aquela é a nova realidade, que precisa ser vivida independente de qualquer coisa. Esse é um processo que deve ser respeitado, sempre um passo de cada vez, até o entendimento de que as coisas acontecem e muitas vezes não temos o poder de mudá-las”, conclui a psicóloga.
Os 5 estágios do luto
- Negação
- Raiva
- Barganha
- Depressão
- Aceitação