Programa foi lançado pelo Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos para alertar a população para os riscos do uso excessivo da tecnologia. “Toda a forma de tentar unir famílias merece apoio”, declarou a psicóloga cristã Marisa Lobo
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou nesta quinta (4), o programa “Reconecte”. Segundo a titular da pasta, Damares Alves, a finalidade é alertar a população para os riscos do uso excessivo da tecnologia e “reconectar as famílias do Brasil”.
O programa tem cinco eixos. São eles: tecnologia e dignidade humana; responsabilidade digital; tecnologia e saúde; segurança digital e cultura digital.
O coordenador-geral de Enfrentamento a Vícios e Impactos Negativos do Uso Imoderado de Novas Tecnologias, Daniel Celestino disse que o governo trabalha com o intuito de levar a mensagem a pessoas de todas as idades. “As orientações podem servir, inclusive, a idosos, que, muitas vezes, por desconhecimento, não protegem seus dados pessoais na internet ou, então, compartilham informações que não têm veracidade”.
Ainda serão abordados no projeto a relação de doenças com a dependência digital e temas mais delicados, como a pornografia infantil. No ano passado, uma ação articulada entre a organização não-governamental Safernet e o Ministério Público Federal identificou a existência de mais de 6 mil sites com vídeos e imagens de estupro de menores.
A psicóloga cristã, Marisa Lobo declarou apoio ao programa do governo alegando que “toda a forma de tentar unir e aproximar famílias merece apoio”. E acrescentou: “A tecnologia tem sido babás dos nossos filhos. Nós que lutamos contra essa desconstrução familiar temos que apoiar essa iniciativa, que receberá críticas somente daqueles falsos militantes pró família e de outros que propositadamente tenta desconstruí-la”.
Tecnologia que atrapalha
O coordenador do Núcleo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP, psicólogo Cristiano Nabuco afirmou que a exposição da vida pessoa se tornou “desmedida”.
E essa exposição, segundo ele, tem contribuído para a atração das pessoas pela espetacularização de eventos cotidianos e comuns. “As redes sociais existem desde que o homem é homem. Se eu for à universidade, à cafeteria, é uma rede social. O que nós temos hoje é a amplificação muito expressiva, fazendo que com que aquilo que eu poderia falar para algumas poucas pessoas, hoje seja estendido para milhões”.
A psicóloga cristã e mestre em Ciência da Religião, Paula Romer analisa que as famílias estão perdendo cada vez mais sua característica agregadora, formadora e discipuladora. Ou seja, a família é o principal núcleo da sociedade, se estiver fragilizado compromete todo o restante.
“A tecnologia digital é muito bem vinda por sua praticidade e acessibilidade mas nunca pode ser a que substitua a família e nem tampouco tomar para si a responsabilidade de formar vidas”, avaliou.
*Com informações da Agência Brasil
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