“Numa era secular, onde muitos consideram a religião prejudicial à sociedade, talvez ela não seja assim tão má”
Por Patricia Scott
As pessoas de fé são significativamente mais felizes do que os ateus e os não religiosos. É o que descobriu um estudo realizado pelo “Instituto para o Impacto da Fé na Vida”, na Grã-Bretanha, e divulgado no final de 2023.
O levantamento aponta que 73% daqueles que se identificam como pessoas de fé dizem sentir “bem-estar psicológico”, enquanto apenas 49% dos ateus dizem o mesmo.
Já 76% dos fervorosos, de acordo com a pesquisa, se descrevem como felizes, contra 52% dos ateus. Os otimistas quanto ao futuro representam 69%, em comparação com 42% dos ateus.
“O senso de pertencimento e propósito que pode ser fornecido por meio de formas religiosas e espirituais de apego e filiação deve ser mais bem explorado pelos formuladores de políticas”, ressalta o Dr. Rakib Ehsan, autor do relatório, ao reconhecer a conexão entre igreja e pertencimento.
Amizade
Já Phil Knox, especialista sênior em evangelismo e missiologia da Aliança Evangélica, ressalta não estar surpreendido com as conclusões. Isto porque as pessoas de fé tendem a fazer parte de uma comunidade religiosa e, numa era de individualização, os benefícios da amizade e do pertencimento são mais importantes do que nunca.
“Fiquei cativado pela amizade durante 2020, um ano devastador, no auge do qual minha mãe morreu de câncer”, testemunha, acrescentando que duas coisas o sustentaram durante aquela época tumultuada: fé e amizade. “Não preparamos uma refeição por quase três meses. Éramos muito amados pela nossa comunidade de amigos que nos sustentavam”, conta Knox, que ao pesquisar e escrever sobre o assunto descobriu a consistência dos benefícios físicos, mentais e emocionais da amizade. “É como se tivéssemos sido criados para conhecer e ser conhecidos”.
“Numa era secular, onde muitos consideram a religião prejudicial à sociedade, talvez ela não seja assim tão má”, enfatiza Knox, emendando que algumas novas pesquisas sugerem que “a fé é extremamente boa para nós [cristãos]”. O autor de “Story Bearer: How to share your faith with your friends” (Portador de História: Como compartilhar sua fé com seus amigos, em tradução livre) acredita que estas descobertas devem oferecer nova confiança e encorajamento no valor de ser um seguidor de Jesus.
Conhecimento do Criador
“Quando sabemos que somos amados pelo Criador do universo, temos significado e propósito no caos da existência, uma identidade segura em um mundo de confusão, conhecemos o perdão pelo nosso passado, a presença de Deus conosco todos os dias e a certeza de que tudo ficará bem no final, não é surpresa que isso leve a um bem-estar psicológico positivo”, argumenta.
Knox diz que as pessoas que não têm fé experimentam a desesperança no dia a dia. No entanto, “como cristãos, somos pessoas de boas notícias num mundo de más notícias. Certamente esta é a nossa distinção como aqueles que carregam luz nas trevas”.
Para concluir, ele cita o Salmos 103, que engrandece os feitos do Senhor com palavras de gratidão. “Como é bom conhecer o nosso Criador. Que possamos levar essa esperança a um mundo que dela precisa tão desesperadamente neste momento. O segredo da felicidade, assim como da vida eterna, não é o que você conhece, mas sim quem você conhece”. Com informações Premier