Linda Burkle destaca que a principal razão é a perseguição islâmica, além do desemprego
Por Patricia Scott
Nas últimas décadas, o número de cristãos têm diminuído, significativamente, das terras bíblicas, onde o cristianismo nasceu e a Igreja foi estabelecida. O alerta é da pesquisadora Linda Burkle, do International Christian Concern (ICC), organização que monitora a perseguição aos cristãos ao redor do mundo.
Em Belém, cidade onde Jesus nasceu, por exemplo, o controle é palestino, e o número de cristãos caiu de aproximadamente 85% para cerca de 10% entre 1947 e 2017. Linda observou que muitos cristãos têm deixado a cidade devido à discriminação da maioria muçulmana e à falta de emprego.
A pesquisadora afirmou que a principal razão para o desaparecimento dos cristãos nessas terras é a perseguição islâmica. Além disso, ela ressaltou que os muçulmanos, de forma geral, tendem a ter famílias muito maiores que os cristãos, o que também contribui para a diminuição da população cristã.


“Dadas essas tendências, a Igreja global deve chamar a atenção para essa situação e apoiar nossos irmãos e irmãs que sofrem sob a opressão islâmica. Oramos diariamente por Sua proteção, provisão e liberdade”, pediu Linda.
Síria: o “berço do cristianismo”
A Síria, considerada o “berço do cristianismo” e onde ocorreu a conversão de Saulo na estrada para Damasco no primeiro século, também enfrenta uma drástica queda no número de cristãos. Linda explicou que, historicamente, os cristãos representavam cerca de 12% da população síria. Em 2011, havia 1,5 milhão de cristãos no país, mas, devido à perseguição por terroristas islâmicos e à Guerra Civil Síria, esse número caiu para apenas 300 mil em 2022, menos de 2% da população.
A realidade síria é que muitas igrejas foram destruídas, confiscadas ou transformadas em quartéis militares. Atualmente, os cristãos sírios enfrentam um cenário de grande incerteza, com a ascensão dos extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) ao poder em dezembro de 2024.
A Missão Portas Abertas informou que os cristãos no país vivem com um otimismo cauteloso e ceticismo em relação ao futuro sob o controle dos rebeldes. Na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2025, a Síria ocupa a 18ª posição entre os 50 países mais perigosos para os cristãos.
Turquia: destino das viagens de Paulo
Outro país de grande importância para o cristianismo inicial é a Turquia, mencionada na Bíblia como Ásia Menor e um dos destinos das viagens missionárias do apóstolo Paulo. Atualmente, sob um governo islâmico, a população cristã na Turquia é de apenas 0,02% a 0,04%, o que corresponde a entre 180 mil e 370 mil pessoas.
Linda explicou que a principal causa da redução da presença cristã no país foi o genocídio cometido pelo Império Otomano, incluindo o genocídio armênio, grego e assírio, seguido pela emigração em massa no início do século 20. Hoje, muitos cristãos na Turquia enfrentam o risco de discriminação e perseguição, sendo forçados a manter sua fé em segredo.
A Turquia ocupa a 45ª posição na LMP25, entre os países mais perigosos para os cristãos. Linda também destacou que, após o golpe fracassado de 2016, o governo tem promovido uma campanha de propaganda anticristã, acompanhada de crescentes restrições à liberdade religiosa.
Egito: evangelizado por Marcos
O Egito, evangelizado pelo apóstolo Marcos após a ressurreição e ascensão de Jesus, também foi um dos berços do cristianismo. Assim, surgiram três denominações: a Igreja Ortodoxa Copta, a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Católica Copta.
“Sob domínio romano, os cristãos enfrentaram extrema perseguição durante séculos. Desde o século 7, o Egito está sob controle muçulmano, e os cristãos coptas têm sofrido discriminação sob diversos governos”, comentou Linda.
Atualmente, a população cristã no Egito é estimada em cerca de 10%. O país ocupa a 40ª posição na LMP25, entre os 50 países mais perigosos para os cristãos viverem. Com informações International Christian Concern