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sexta-feira, 29 março 2024

Pedir perdão

Gosto muito de uma frase de Desmont Tutu,  importante líder sul-africano. Quando a África do Sul estava em seu período crítico do Apartheid, Tutu afirmou: “Sem perdão não há futuro”. Lembro-me de que várias vezes, em situações de estresse, fui rude com minhas filhas, quando ainda eram meninas.Depois do acontecido, uma voz falava ao meu coração, dizendo “você foi muito rude com suas filhas. Você não acha que exagerou? Vá lá e peça perdão”.

Eu sabia exatamente de onde vinha aquela voz inquietante. Com certeza, era a voz de Deus. Eu não conseguia levar o dia adiante, de forma tranquila e em paz comigo mesmo, enquanto não obedecia.
Um pouco sem jeito, batia na porta, e elas já sabiam do que se tratava e começavam a rir.
Um tanto sem graça, dizia: “Perdoem o papai”. Em seguida, dava-lhes um beijo e saía.
Família é um lugar onde as pessoas machucam uns aos outros o tempo todo. Alguém já disse que quando dois ou mais pecadores resolvem habitar debaixo de um mesmo teto, haverá, com certeza, mágoas, feridas e dissabores.
Isso acontece no casamento e nas famílias em geral. Para que a família e os relacionamentos perdurem, é preciso sempre conjugar o verbo “perdoar”. Caso contrário, como disse Desmont Tutu, não haverá futuro. O pedido de perdão pode vir também na forma de uma brincadeira. Lembro-me de uma rusga entre mim e a minha esposa, Elizabete. Não me recordo a causa da guerra conjugal, mas houve algo entre nós que causou um conflito. Alguma coisa fizemos que o ambiente se estragou. Ambos ficaram, como diz o ditado popular, “de bico”. Sabe quando o ambiente fica pesado na casa? Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu. O ambiente ficou carregado, tenso. Até que do quarto comecei a cantar: “Bandeira branca, amor…”. Quando cheguei à sala, onde ela estava, começou a rir e ali nos abraçamos e pedimos perdão um ao outro. A vida familiar é assim mesmo. Não somos perfeitos. Temos nossas farpas prontas para serem lançadas quando somos ameaçados. Essas farpas penetram no coração. Pode ser uma palavra atravessada, um esquecimento, uma atitude grosseira. Elas penetram no coração e fazem sangrar o relacionamento.

Pode ser entre marido e esposa, pais e filhos, noras e sogras, sogros e genros. E, para curar, fazer estancar o sangramento, só mesmo o perdão.
Não há outro jeito de consertar as coisas. Perdoar, então, é o segredo para se manter relacionamentos. Gosto muito de filmes que tratam de relacionamentos familiares. Um dia desses, assistindo a um desses, gostei de uma frase de um dos personagens. Pai e filho estavam há anos sem se falar, com relacionamento rompido. Até que então alguém disse algo que me chamou atenção: “somente os vivos é que podem pedir perdão e ser perdoados”. Achei fantástica a frase.

Nunca perca a oportunidade de pedir perdão e perdoar, em todas as relações humanas, ainda mais na família. Pode ser difícil, mas é o melhor caminho.
Pense: quem você precisa perdoar em sua família?
Não hesite em fazer isso ainda hoje, se possível.
Lembre-se: “Somente os vivos é que podem pedir perdão e ser perdoados”.

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Gilson Bifano, líder do Oikos, Ministério Cristão de Apoio à Família, pós-graduado em  Terapia da Família, pedagogo, escritor e filosofo

 

 

 

 

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