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quinta-feira, 28 março 2024

Pandemia piorou índices de paz no mundo

protesto
Foto: Niek Verlaan/ Pixabay

O Brasil ocupa a 128.ª posição no ranking, atrás de Chile (49 º), Equador (88.º) e Bolívia (105º.), mas está à frente da Venezuela (152.º)

Por Renata Tranches (Agência Estado)

Em sua primeira análise sobre os impactos do coronavírus para a paz do mundo, o relatório do Índice Global da Paz (GPI, na sigla em inglês) deste ano mostrou que 5 mil episódios de violência ligados à pandemia foram registrados entre janeiro de 2020 e abril de 2021 – uma média de 10,2 por dia.

A pesquisa, realizada pelo Instituto para a Economia e Paz (IEP, na sigla em inglês), monitora e classifica o status da paz em 163 países e territórios, identificando onde os conflitos estão aumentando e diminuindo e os fatores que influenciam a mudança.

Embora tenha havido uma calmaria inicial no início da pandemia, até em razão das medidas sanitárias restritivas, os distúrbios voltaram a crescer ao longo do ano. Segundo um dos diretores do IEP, Serge Stroobants, dos 50 mil episódios violentos registrados no ano passado, 5 mil estavam relacionados à pandemia.

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“Na Europa, ficou claro que muitas demonstrações estavam ligadas às restrições das liberdades individuais e à vacinação, se seria ou não obrigatória, ou se estava ocorrendo rápido ou não”, disse Stroobants.

O relatório destaca alguns casos, como na Holanda, onde o toque de recolher imposto pelo governo provocou os piores protestos no país em 40 anos.
Espanha, Itália, Alemanha e Irlanda também registraram violentas manifestações antibloqueio. Mas nem todos os protestos foram causados pelo lockdown. Em alguns países, a resposta negligente dos governos, segundo o GPI, tornou-se um gatilho para manifestações.

“Em Belarus, a recusa do governo em reconhecer a gravidade da pandemia e o impacto no sistema de saúde impulsionaram a agitação civil”, aponta o relatório.
Da mesma forma, tumultos eclodiram no Chile, após um aumento na taxa de desemprego, e no Líbano, diante da falta de apoio econômico do governo. Por outro lado, segundo o IEP, a pandemia foi usada como pretexto para a repressão em alguns países.

Centenas de pessoas também foram processadas por espalhar informações falsas sobre a pandemia. “No Egito, equipes médicas foram detidas com base na lei de terrorismo por falar sobre a falta de equipamento de proteção individual e de exames de covid-19.

O diretor do IEP explica que se trata de tendências já observadas antes da pandemia, pelo menos nos últimos dez anos, que se intensificaram com a situação extrema criada pela crise: pobreza, confinamento, ataques racistas, entre outros aspectos. De acordo com o relatório, pelo menos 158 países registraram um ou mais incidentes violentos com essa característica. “É um elemento-chave no nosso índice este ano.”

Ranking e o Brasil

O Brasil ocupa a 128.ª posição no ranking, atrás de Chile (49 º), Equador (88.º) e Bolívia (105º.), mas está à frente da Venezuela (152.º). Não houve variação na posição do Brasil este ano. O País se destacou por ter apresentado o mais alto grau de “medo de violência”, com quase 83% da população afirmando temer ser vítima de um crime violento.

Segundo o relatório, o nível médio da paz global deteriorou-se – a nona vez em 13 anos que há uma queda do índice. No ranking de 163 países, a Islândia ocupa a primeira posição, desde 2008, seguida por Nova Zelândia, Dinamarca, Portugal e Eslovênia. Oito dos dez países melhores colocados no ranking ficam na Europa.

 

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