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sexta-feira, 19 abril 2024

Patinho feio ou cisne deslumbrante?

Fazemos escolhas constantemente, muitas delas baseadas na emoção. Mas é preciso que tenhamos decisões equilibradas de razão e emoção

Por Pastor Erasmo Vieira

Por certo você conhece a história do patinho feio. O ovo estranho que a galinha juntou para chocar. Os pintinhos com penugem dourada e lindo bico. E aquele “pintinho” com penugem borrada e um bico esquisito? Ao crescer, foi alvo de “bullying”. De zombaria por ser diferente. E no final descobre-se que ele era um belo cisne – há uma versão que diz que era um filhote de águia.

Toda história ou fábula possui uma identidade para a vida na prática. Então, o que essa história nos ensina?

Ela nos aponta para um dos problemas mais sérios do ser humano. O difícil estabelecimento da identidade. As dificuldades existenciais que trazem tantos desajustes e complicações para a saúde mental e emocional. Os desequilíbrios que complicam a saúde da sociedade.

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O não amar a si mesmo que produz baixa autoestima. A infelicidade que o não se aceitar produz. A dificuldade de se achar adequado, competente, promissor, capaz.

De onde vem isso?

1. Da forte exigência dos pais.

Querendo o melhor para os filhos, ultrapassam as demandas. Exigir nota máxima em matemática do filho que gosta mais de ciências.

2. Das comparações.

Tanto dos pais: “Por que você não é estudioso como seu irmão?” E depois, nós mesmos no comparamos. E o pior. Sempre nos comparamos com alguém que é melhor do que nós em algo em particular. Nunca nos comparamos com alguém que tem menor capacidade em alguma coisa específica.

3. Dos traumas das circunstâncias.

Situações da vida em que a pessoa não consegue soluções equilibradas ou decisões construtivas.

Assim, vivemos e nos complicamos. Pensamos sempre que somos inadequados, incompetentes, falhos.

O Deus que nos criou nos fez diferentes. Deus ama a diversidade. Por isso não nos fez iguais. Somos 10 em alguma coisa e sofríveis em outras. É fato da vida. Imutável.

Como virar esse jogo da vida?

1. Pela compreensão e aceitação de quem somos.

Temos heranças vindas dos prejuízos desde a infância. Daí nossa tendência de focar mais nos nossos negativos. É preciso mudar o foco. Destacar e celebrar nossos positivos. Sem permitir que o orgulho se instale. Não devemos sair de um extremo doentio para o outro.

2. Amar o que somos.

Todos temos virtudes e defeitos. Todos! Quando compreendemos isso e nos aceitamos como somos, passamos a nos amar a nós mesmos.

3. Viver com escolhas que nos beneficiem e ao nosso próximo.

Fazemos escolhas constantemente. Muitas delas precipitadamente. Baseadas na emoção. Mas, para que a nossa identidade fique bem estabelecida, é preciso que tenhamos decisões equilibradas, bem pensadas. Misturadas de emoção e razão. Baseadas em princípios e valores.

4. Conscientizar-se de que o Criador não faz distinção de pessoas.

Deus não tem uma espécie de processo seletivo ou quotas. E isso fica muito claro quando Jesus diz: “Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim, a esse jamais rejeitarei”. João 6:37(NBV) Mesmo que Deus não aprove o que você faz, ele aceita você do jeito que você é. E o ama tanto que Ele quer que você tenha uma vida de melhor qualidade.

Assim, não se perturbe se você se sente diferente. Observe que é provável que, além disso, por trás da diferença exista um príncipe, uma princesa em você que você precisa descobrir. Uma bela águia, um belo cisne. Acredite! Mas trabalhe o equilíbrio de pensamentos e ações, dos valores em sua vida.

Erasmo Vieira é pastor e psicólogo.

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