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quinta-feira, 28 março 2024

Eleições 2022: partidos disputam apoio dos evangélicos

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De olho nos evangélicos, o ex-presidente Lula se movimenta para abrir diálogo com as igrejas independentes. Foto: Ricardo Stuckert

Bolsonaro ganhou ainda mais pontos com esse eleitorado ao tentar convencer o STF da abertura de templos em meio à pandemia. Mas o PT e os partidos de centro disputam apoio de evangélicos para 2022

Por Priscilla Cerqueira 

Importante base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, os evangélicos podem ser decisivos na disputa presidencial de 2022. Cientes disso, os potenciais adversários na disputa se articulam para conquistar ao menos parte desse apoio hoje majoritariamente direcionado para a reeleição do presidente.

Bolsonaro ganhou ainda mais pontos com esse eleitorado ao tentar convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) da abertura de templos em meio à pandemia do novo coronavírus. Por outro lado, o ex-presidente Lula se movimenta para abrir diálogo com as igrejas independentes. Candidatos de centro também procuram uma brecha para se aproximar do segmento.

“Brasil está dando certo”, afirma Bolsonaro

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A aproximação de políticos – interessados no cargo mais importante do país – , com os evangélicos vai aumentar, já é uma população que aumenta a cada dia. “Seremos 40% em no máximo 10 anos. Logo seremos mais que metade da população. Portanto vão procurar a liderança e também apresentar pautas que falem ao coração dos evangélicos”, explica o pastor Fábio Souza, ex-deputado federal.

Manifesto da democracia

O grupo lançou um manifesto em defesa da democracia no fim de março, que também foi assinado pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e pelo ex-candidato do Novo ao Planalto, João Amoêdo.

“Por enquanto, não tem ninguém que possa fazer frente a Bolsonaro no mundo evangélico. Eu conheço essa turma toda, as grandes lideranças evangélicas. Não conheço um líder desses que esteja conversando com outro [presidenciável] ou apoiando outro. Das grandes lideranças, 99% apoiam Bolsonaro”, afirmou o pastor Silas Malafaia, que lidera desde 2010 a Assembleia em Deus Vitória em Cristo

Malafaia citou os pastores José Wellington Bezerra da Costa e Manoel Ferreira (Assembleia de Deus), Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus), R.R. Soares (Igreja Internacional da Graça de Deus) e Valdemiro Santiago (Igreja Mundial do Poder de Deus) como apoiadores de Bolsonaro, entre outros.

Perigos

Pastor Fábio lembra do perigo dessa aproximação no sentido de “enganar a igreja” e seus membros, como foi no passado.

“Se a Igreja for enganada pode sofrer sérias adversidades, não só no sentido de liberdades, mas na malversação dos recursos públicos. Precisamos como cidadãos estarmos alertas a isso. E temos a maior bússola do nosso lado: A Bíblia”, afirmou.

Pesquisas para 2022

Pesquisa Ipec divulgada no mês passado, com foco no potencial de votos de cada presidenciável, mostrou que a maioria dos simpatizantes de Bolsonaro (53%) é evangélica. “Sabemos da luta ideológica dele, que fez jus à fidelidade eleitoral dos evangélicos”, disse o deputado e pastor Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).

Enquanto Bolsonaro tem o apoio de pastores, Lula aposta um caminho diferente: falar diretamente com os membros e pastores de igrejas independentes, que não são ligadas a nenhuma grande congregação. O partido planeja um encontro nacional de evangélicos da legenda – o terceiro do tipo na história do PT – para o segundo semestre.

“Nunca procuramos o apoio dos líderes. Vamos para o processo de convencimento, de militância”, afirmou a deputada Benedita da Silva, uma das principais líderes evangélicas do PT.

Mas a disputa para 2022 será acirrada e polarizada. Conhecedor do ambiente político há muitos anos, pastor Fábio afirma que, com a entrada de Lula como candidato, a disputa será entre duas visões antagônicas de mundo.

“Como no Brasil eleição presidencial se decide no 2º turno, não vejo como outro candidato que não seja Lula e Bolsonaro chegar lá. Não podemos voltar a um tempo onde imoralidade era confundida com arte, erotização das crianças tratada como normal e os valores da família totalmente desconsiderados. Além, é claro, do tempo dos escândalos políticos na casa dos bilhões. Espero, vou trabalhar e oro para que esse tempo tenha ficado definitivamente para trás”, analisou.

O que podemos fazer?

Já que o jogo político deverá ser acirrado para 2022, a postura mais sábia para os evangélicos, segundo o pastor é, analisar o perfil do candidato.

“Como Jesus ensinou, precisamos ver os frutos e não só a fala, até porque muitos políticos prometem muita coisa que não cumprem ao ganhar a eleição. Quem de fato leva a sério as nossas pautas de verdade? Quem melhor representa nossos pensamentos? Quem coloca em prática nossos princípios? Quem é melhor para conduzir o nosso país? Essas são as perguntas que precisamos fazer e responder”, concluiu.

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