Liberdade de expressão e fé em julgamento, enquanto política finlandesa enfrenta batalha judicial por citar a Bíblia
Por Patrícia Esteves
Päivi Räsänen, política finlandesa e ex-ministra do Interior, está no centro de uma batalha judicial por compartilhar um versículo bíblico e expressar visões cristãs. O caso começou há mais de cinco anos, quando ela questionou a Igreja Evangélica Luterana da Finlândia sobre seu apoio financeiro a um evento do orgulho LGBT.
“Foi uma decepção e até um choque para mim e para muitos outros”, disse Räsänen em entrevista. Ela relatou que o episódio gerou questionamentos entre seus amigos e membros da igreja, levando-a a orar sobre como reagir. Na época, Räsänen usou suas redes sociais para citar Romanos 1, onde o apóstolo Paulo trata de questões relacionadas à ética sexual, e questionou publicamente a postura da liderança eclesiástica. A ação levou a uma denúncia, dando início a uma investigação policial que culminou em interrogatórios extensos.
“Fui interrogada por 13 horas sobre questões teológicas. Eles perguntavam coisas como ‘Qual é a mensagem principal do livro de Romanos?’”, explicou. Além da postagem nas redes sociais, outras acusações surgiram relacionadas a um antigo panfleto que ela escreveu sobre casamento e a uma entrevista em um programa de rádio. Räsänen foi acusada de incitar ódio contra minorias, com base em leis de discurso de ódio semelhantes às de outros países europeus.
Apesar de ser absolvida em duas instâncias, os promotores apelaram à Suprema Corte. Räsänen teme que uma derrota possa ter consequências graves: “Isso abriria caminho para a perseguição de cristãos na Finlândia e em outros países europeus, pois significaria que não é mais permitido concordar publicamente com a Bíblia”.
“Toda essa provação está nas mãos de Deus. Este processo me deu tantas oportunidades para testemunhar sobre o Evangelho e sobre Jesus, que é a solução para o problema do pecado”, diz mesmo diante da pressão, permanecendo firme.
O caso levanta debates sobre liberdade de expressão e religião na Europa, especialmente em contextos de crescente secularização. Räsänen segue determinada, afirmando que defender sua fé é seu chamado. Com informações de Christian Post