Dias em que temos vontade de ficar quietos ou de falarmos apenas o necessário e buscarmos um descanso para a nossas almas
Por Lulinha Tavares
Nem todos os dias acordamos soltando fogos, pulando de alegria ou com sangue nos olhos e faca nos dentes, cheios de energia, ânimo e vigor.
Nem todos os dias a capa de super-humano nos cai bem, embora saibamos do valor e da necessidade de desempenharmos bem esse papel a fim enfrentarmos os desafios da vida moderna.
Existem dias em que estamos literalmente de bola murcha e sem muita vontade cantar uma bela canção. Dias em que temos vontade de ficar quietos ou de falarmos apenas o necessário e buscarmos um descanso para a nossas almas.
Aprendi nessa vida que a vitória traz reconhecimento e as derrotas trazem crescimento. O dia mal tem o seu valor.
Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete,
porque ali se vê o fim de todos os homens;
e os vivos o aplicam ao seu coração.
(Eclesiastes 7:2 ARC)
Pensando bem, dificilmente em uma festa paramos para refletir sobre a vida – sobre a sua falibilidade e finitude, por exemplo.
Já no diante de um sepultamento vários desses questionamentos surgem em nosso coração e muito há que se possa aprender em momentos como esses.
De maneira cíclica e ininterrupta as estações do ano se repetem trazendo mudança de temperatura, queda e surgimento de folhas e frutos, secar e transbordar de rios, etc.
E o interessante disso é que a natureza convive muito bem com o dia mal e ressurge sempre de maneira brilhante e gloriosa.
Nos tornamos maduros quando passamos a discernir quando esse dia mal tem a origem natural e cíclica, como nas estações do ano, ou quando vem como consequência daquilo que fizemos ou deixamos de fazer – e nos leva ao quebrantamento e arrependimento.
Podemos aprender uma simples lição com as formigas ensinada na Bíblia. Elas pacientemente ajuntam no verão para desfrutarem no inverno.
Muitos de nós podemos evitar esse tipo de situação se preparando melhor para os dias maus que o inverno da vida traz para nós.
O dia mal serve como um filtro na sua vida por entram “amigos” e saem colegas ou entram amigos e saem irmãos.
Concordo com o que escreveu o teólogo Ruben Alves:
“Ostra feliz não produz pérola”
O sofrimento causado pelo grão de areia faz com que a ostra produza a pérola.
O dia mal serve também para nos deixar sensíveis, criativos e produtivos.
Quantas pessoas descobrem-se talentosas, empreendedoras e produtivas diante de grandes perdas em suas vidas.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus,
para que possais resistir no dia mau e,
havendo feito tudo, ficar firmes.
(Efésios 6:13)
O dia mal serve para nos ensinar que existe uma batalha espiritual em curso e que temos em nosso favor a armadura de Deus para que possamos resistir a esses dias e permanecermos firmes e constantes, combatendo sempre o nosso bom combate como um bom soldado de Cristo.
Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor,
e ele deleita-se no seu caminho.
Ainda que caia, não ficará prostrado,
pois o Senhor o sustém com a sua mão.
(Salmo 37:23-24)
Por fim, o dia mal serve, principalmente, para nos ensinar que existe um Deus que em todo tempo está ao nosso lado, mesmo quando enfrentamos os piores vales da nossa vida e que, quando até pensamos que não temos mais o que fazer e nem para onde ir ou até mesmo mais para onde cair – encontraremos a Sua boa mão para nos acolher, nos sustentar, nos levantar e nos fazer sorrir.
Siga bem, em paz e feliz!
Lulinha Tavares é coach esportivo, formado em Educação Física, MBA-FGV/FIFA/CIES, especialista em Psicologia do Esporte, empresário, pastor e líder da Igreja Batista da Graça em Queimados (RJ)