Os 42 cristãos tiveram sua fiança negada. Dois deles morreram na prisão, outros 40 foram libertados apenas nessa quinta-feira (30) de janeiro
Após cinco anos, finalmente foram libertados 40 cristãos presos pelos protestos que se seguiram ao ataque em 15 de março de 2015. Eles ocorreram em duas igrejas no distrito cristão de Youhanabad em Lahore, Paquistão.
Dois homens-bomba se explodiram durante as celebrações do domingo, nas proximidades da Igreja católica São João e da Igreja protestante de Cristo, provocando a morte de 15 fiéis e ferindo 70.
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A comunidade cristã local, cansada dos ataques, começou a protestar. No clima reinante no momento, dois muçulmanos foram injustamente responsabilizados pela multidão como responsáveis pelos ataques e linchados até a morte. A polícia realizou várias operações no bairro de Youhanabad e ordenou a prisão de dezenas de cristãos.
Os 42 cristãos tiveram sua fiança negada. Dois deles morreram na prisão, outros 40 foram libertados apenas nesta quinta-feira (30) de janeiro. Com o assassinato dos dois homens, alguns muçulmanos envolvidos nos protestos também foram presos, mas liberados logo depois.
A notícia é fundação de direito pontifício “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS), com informações recebidas da Comissão Nacional de Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Paquistão.
Ajuda à Igreja que Sofre
Por meio da Comissão de Justiça e Paz, a “Ajuda à Igreja que Sofre” financiou a assistência jurídica aos cristãos presos, muitos dos quais certamente são inocentes. Após os ataques kamikaze, a Igreja local convidou seus fiéis a não se vingarem e condenou os protestos e o linchamento dos dois homens.
O diretor da (AIS/Itália), Alessandro Monteduro, compartilha deste sentimento. “A felicidade pela libertação dos 42 cristãos, no entanto, deixa espaço para a amargura. Será que eles tiveram que passar cinco anos na prisão antes que sua inocência fosse provada?”, pergunta.
Como no caso de Asia Bibi, que teve que passar 10 anos na prisão, essa história representa mais uma prova da injustiça do sistema judicial paquistanês em relação às minorias religiosas. Quantos cristãos inocentes terão que enfrentar longas sentenças de prisão antes de obter justiça?”, questiona.
“A libertação dos 40 cristãos é motivo de alegria, mas o tempo que ficaram presos para provar sua inocência demonstra a existência de um sistema judiciário injusto no Paquistão, que prejudica as minorias religiosas”, observa o diretor da Ajuda á Igreja que Sofre – Itália, Alessando Monteduro.
*Da redação, com informações do Vatican News
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