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terça-feira, 8 DE julho DE 2025

Pandemia e a “nova legião de pobres” no mundo

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Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

Além da pobreza, outro temor é de que a pandemia aprofunde a crise alimentar.

A pandemia do coronavírus poderia jogar mais de 500 milhões de pessoas para a pobreza, caso governos não atuem imediatamente para socorrer a renda e emprego de setores inteiros de suas economias. O alerta é da Oxfam. Um estudo que pede que governos, Banco Mundial, FMI e o G-20 se coloquem de acordo para resgatar milhões de pessoas.

Pelas estimativas da entidade, o número de pessoas que pode passar a ter uma renda diária abaixo de US$ 5,5 aumentaria dos atuais 3,38 bilhões de pessoas para 3,9 bilhões. O aumento seria de 547 milhões.
América Latina

Na América Latina, o aumento da pobreza também corre o risco de ser importante. Pelas projeções, a região pode ganhar 54 milhões de pessoas extras com uma renda diária abaixo de US$ 5,5. No total, essa camada iria dos atuais 162 milhões para 216 milhões.

Entre 6% e 8% da população mundial poderiam ser jogados para baixo da linha da pobreza e, na prática, atrasaria a luta contra a pobreza em mais de uma década. Em alguns locais do mundo, 30 anos de desenvolvimento poderiam ser desperdiçados, como na África ou Oriente Médio.

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Se tal cenário se confirmar, mais da metade da população do planeta poderia, uma vez mais, viver na pobreza ao final da pandemia.

Fome

Outro temor é de que a pandemia aprofunde a crise alimentar. Com mais de 850 milhões de jovens fora das escolas por conta do coronavírus, a estimativa é de que milhões delas podem se deparar com uma situação de desnutrição.

Para 300 milhões de crianças, a escola representa o único local de garantia de uma alimentação no dia. Sem as aulas, pais terão de dividir o pouco que tem com os menores, aprofundando a crise.

Pobreza extrema

A pobreza extrema – calculada com pessoas com a renda abaixo de US$ 1,9 por dia – também aumentaria, passando dos atuais 737 milhões para 1,17 bilhão. Na América Latina, essa camada da população passaria dos atuais 25 milhões para 38 milhões.

A análise publicada pela Oxfam foi realizada pelo Instituto Mundial para a Pesquisa de Desenvolvimento Econômico, da Universidade das Nações Unidas e liderada pelo King’s College de Londres e pela Universidade Nacional da Austrália.

Imigrantes

A quarentena imposta sobre milhões de pessoas, principalmente na Europa, ainda afeta mais profundamente outro grupo: o dos imigrantes. Com muitos deles em empregos informais, as estimativas apontam que seriam os primeiros a serem demitidos.

Muitos deles ainda são espécies de garantias financeiras de suas famílias, em seus países de origem. A ONU pede que governos retirem todas as taxas para o envio de remessas. Mas o desemprego ameaça secar essa fonte de renda.

“A melhor resposta a uma potencial catástrofe econômica e social provocada pela crise da COVID-19 é colocar as finanças a serviço dos direitos humanos e apoiar os menos favorecidos por meio de abordagens financeiras ousadas”, disse Juan Pablo Bohoslavsky, relator independente da ONU sobre os efeitos da dívida externa nos direitos humanos.

Um dos apelos é ainda para que regras de limitações de gastos públicos sejam abolidas. “Não podemos esquecer que essa é essencialmente uma crise humana. A recuperação não pode ocorrer em detrimento dos mais pobres. E não podemos criar uma legião de novos pobres”, disse Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.

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