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sexta-feira, 29 março 2024

Pandemia e a “nova legião de pobres” no mundo

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Foto: Marcello Casal/ Agência Brasil

Além da pobreza, outro temor é de que a pandemia aprofunde a crise alimentar.

A pandemia do coronavírus poderia jogar mais de 500 milhões de pessoas para a pobreza, caso governos não atuem imediatamente para socorrer a renda e emprego de setores inteiros de suas economias. O alerta é da Oxfam. Um estudo que pede que governos, Banco Mundial, FMI e o G-20 se coloquem de acordo para resgatar milhões de pessoas.

Pelas estimativas da entidade, o número de pessoas que pode passar a ter uma renda diária abaixo de US$ 5,5 aumentaria dos atuais 3,38 bilhões de pessoas para 3,9 bilhões. O aumento seria de 547 milhões.
América Latina

Na América Latina, o aumento da pobreza também corre o risco de ser importante. Pelas projeções, a região pode ganhar 54 milhões de pessoas extras com uma renda diária abaixo de US$ 5,5. No total, essa camada iria dos atuais 162 milhões para 216 milhões.

Entre 6% e 8% da população mundial poderiam ser jogados para baixo da linha da pobreza e, na prática, atrasaria a luta contra a pobreza em mais de uma década. Em alguns locais do mundo, 30 anos de desenvolvimento poderiam ser desperdiçados, como na África ou Oriente Médio.

Se tal cenário se confirmar, mais da metade da população do planeta poderia, uma vez mais, viver na pobreza ao final da pandemia.

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Fome

Outro temor é de que a pandemia aprofunde a crise alimentar. Com mais de 850 milhões de jovens fora das escolas por conta do coronavírus, a estimativa é de que milhões delas podem se deparar com uma situação de desnutrição.

Para 300 milhões de crianças, a escola representa o único local de garantia de uma alimentação no dia. Sem as aulas, pais terão de dividir o pouco que tem com os menores, aprofundando a crise.

Pobreza extrema

A pobreza extrema – calculada com pessoas com a renda abaixo de US$ 1,9 por dia – também aumentaria, passando dos atuais 737 milhões para 1,17 bilhão. Na América Latina, essa camada da população passaria dos atuais 25 milhões para 38 milhões.

A análise publicada pela Oxfam foi realizada pelo Instituto Mundial para a Pesquisa de Desenvolvimento Econômico, da Universidade das Nações Unidas e liderada pelo King’s College de Londres e pela Universidade Nacional da Austrália.

Imigrantes

A quarentena imposta sobre milhões de pessoas, principalmente na Europa, ainda afeta mais profundamente outro grupo: o dos imigrantes. Com muitos deles em empregos informais, as estimativas apontam que seriam os primeiros a serem demitidos.

Muitos deles ainda são espécies de garantias financeiras de suas famílias, em seus países de origem. A ONU pede que governos retirem todas as taxas para o envio de remessas. Mas o desemprego ameaça secar essa fonte de renda.

“A melhor resposta a uma potencial catástrofe econômica e social provocada pela crise da COVID-19 é colocar as finanças a serviço dos direitos humanos e apoiar os menos favorecidos por meio de abordagens financeiras ousadas”, disse Juan Pablo Bohoslavsky, relator independente da ONU sobre os efeitos da dívida externa nos direitos humanos.

Um dos apelos é ainda para que regras de limitações de gastos públicos sejam abolidas. “Não podemos esquecer que essa é essencialmente uma crise humana. A recuperação não pode ocorrer em detrimento dos mais pobres. E não podemos criar uma legião de novos pobres”, disse Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.

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