A fome voltou a ser realidade no Brasil. São números assustadores que trazem de volta um passado que já assombrou o país por anos
Por Priscilla Cerqueira
Milhões de famílias brasileiras voltaram à linha da miséria com as restrições impostas pela pandemia. Os números assustadores trazem de volta um passado que já assombrou o país por anos. Hoje, cerca de 13% dos brasileiros vivem na pobreza, de acordo com levantamento da Fundação Getúlio Vargas.
O desemprego no país deu um salto, sendo mais um dos vários efeitos colaterais da pandemia, e agora elas se encontram em situação de emergência. Em Paraisópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo, a fome está atingindo com força milhares de famílias.
Na Rua da Paz, centenas de pessoas, a maioria mulheres com crianças e idosos, fazem fila, desde a primeira hora da manhã, em busca de um prato de comida. Para a maioria, trata-se da busca da única refeição do dia.
“A situação em Paraisópolis, depois de um ano, está agravada pela fome e pelo desemprego. O novo normal são milhares de pessoas desempregadas e com falta de comida no prato. A ajuda praticamente parou de chegar desde o fim do ano passado, e a agora é quando mais precisamos”, disse o líder comunitário Gilson Rodrigues.
Cesta básica para famílias
Localidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecidos pelo governo federal poderão receber cestas de alimentos destinadas a famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional. A portaria ministerial que prevê essa possibilidade foi publicada no Diário Oficial da União de hoje, 24.
A “Ação de Distribuição de Alimentos” garantirá o acesso a alimentos desde que a situação de emergência e o estado de calamidade pública tenham sido decretados pelo ente federativo e reconhecidos pelo governo federal.
“Com a finalidade de otimizar tempo de resposta e logística para o atendimento das demandas por cestas emergenciais, o Ministério da Cidadania dividiu o país em sete regiões e 55 municípios-polos onde serão entregues as cestas emergenciais doadas pelo ministério”, informa a portaria ao indicar as localidades onde deverão ser retirados os alimentos pelos entes federativos solicitantes das cestas.
*Com informações da Agência Brasil