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sexta-feira, 29 março 2024

Oração, alcançando o coração de Deus

oração, alcançando o coração de Deus
Foto: Reprodução

A Bíblia diz “orai sem cessar” (1Ts 5:17). A oração é uma ordem, mas também é uma forma carinhosa de estabelecer a comunhão entre Deus e seus filhos. Deus tem de estar na agenda. Devocionais, planos de leitura bíblica com reflexões e coração ajudam, mas nada substitui a fórmula impar que mistura um coração quebrantado e elevado ao Senhor.

Os cristãos são convocados por Paulo, na carta aos Tessalonicenses a buscar por Deus em oração constante. “A oração é um momento de intimidade. Somos livres para orarmos quando quisermos. Para falar com uma autoridade na terra, temos de marcar hora, mas podemos falar com Deus a todo instante.” Disse Maria Derly, líder do ministério de Oração da Primeira Igreja Batista de Vitória. O que ela diz significa estar em estado constante de oração, ou seja, uma vida devocional.

Entretanto, existem muita\s dúvidas quanto à validade do momento ritual de oração. Sabe aquele momento de oração dentro do ônibus, indo para o trabalho? Ou antes de dormir, no qual às vezes cochilando pedidos e agradecimentos são misturados a bocejos e cansaço? “Se o coração estiver verdadeiramente quebrantado diante do Senhor, a oração chega ao trono da graça. Quem sou eu para julgar o nível de intimidade de uma pessoa com Deus? E Jesus foi o maior exemplo de que devemos falar em todas as circunstâncias com o Pai”, explica Maria Derly, acrescentando que é importante orar agradecendo em momentos de alegria, que é preciso pedir, mas sobretudo, que é necessário adorar o Senhor.

Mas a realidade é que o cristão não sabe como orar, e Deus em sua infinita sabedoria, enviou o elo de ligação do homem com o céu: o seu Espírito Santo. Nessa relação o cristão entra com o coração quebrantado e o zelo; Ele entra com o amor, atenção, e é de forma maravilhosamente santa que Deus faz isso. “(…) porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).

Existe uma fórmula de oração? “Não existe uma maneira correta ou errada de orar. O ladrão da cruz não sabia como orar, mas foi respondido. É preciso entender que Deus quer sempre nos responder, mas sabe o que é melhor para nós. É só abrir o coração e ser sincero diante de Deus”, ensina o pastor Tiago Coelho, autor do livro Orações não Respondidas, recentemente lançado pela MK Editora.

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No livro, logo em sua introdução, o pastor Tiago desmistifica: “Deus não deseja viver escondido, dificultando a vida daquele que o procura. Nem tampouco tem prazer em ignorar as nossas petições. Muito menos é um pai ausente e distante, pouco se importando se estamos bem ou não. Deus deseja revelar-se, ser achado e encontrar quem o busca em comunhão íntima. O objetivo da oração é facilitar a vida e não complica-la”.

Jesus orou…

… em seu batismo
… antes de escolher os discípulos
… na última ceia com os discípulos
…no Getsemani
…na cruz

Por que devemos orar?

O doutor Silmar Coelho, no prefácio do livro Orações não Respondidas, afirma: “Moisés orou porque era incapaz de abrir o Mar Vermelho, não porque era capaz de abri-lo. Sansão orou não porque se sentia forte, mas porque estava fraco. Davi orou não porque era santo, mas porque sabia que era pecador. Salomão orou não porque era sábio, mas porque precisava de sabedoria. Pedro orou não porque estava andando sobre as águas, mas porque estava afundando. Paulo tornou-se um ícone do cristianismo não porque nunca fez nada errado, mas exatamente porque reconheceu suas limitações”. Pastor Silmar é um conferencista reconhecido sobre assuntos de família, doutor em teologia, escritor e pai de Tiago Coelho.

Vencendo a barreira do pecado

Pastor Tiago afirma que o pecado “cria obstáculos à oração vitoriosa”. Isso não significa dizer que apenas os santos podem orar, mas que “a oração que funciona é precedida de confissão sincera e autêntica”. As barreiras criadas pelo pecado devem ser removidas antes da chegada ao trono do pai. “Todos somos pecadores. Entretanto, pior do que ser pecador é não reconhecer que o é, ignorando os pecados ou cometendo-os sem nenhum arrependimento”, enfatiza Tiago.

“É comum encontrarmos irmãos lamentando por não serem ouvidos pelo Senhor, dificilmente colhem frutos de suas orações. Onde está o erro, no Senhor Deus? De forma alguma”, questiona o pastor Elias R. de Oliveira, do Ministério Vivos.

Elias ressalta alguns motivos pelos quais orações não atendidas

• Os objetivos (“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” Tg 4.3);

• Corações impuros, cheios dos desejos carnais (“Se eu atender à iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá”. Sl 66.18);

Vida em pecado (“Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve”. Jo 9.31).

Mas pecado confessado, é pecado perdoado. “Não tenha receio de achegar-se a Deus. Nada pode nos separar do amor de Deus”, diz pastor Tiago.

Maria Derly adiciona: “Desde que sejamos submissos e entregues a Deus, Ele nos ouvirá as orações. Ninguém pode afirmar o porquê de uma oração não ser respondida ou mesmo afirmar que a oração não passou do teto, pois só Deus sonda e conhece o nosso coração e a pureza ou não de nossas intenções”.

As orações devem ser dirigidas exclusivamente a Deus. O coração deve estar livre de contendas, conforme está dito em 1 Tm 2.8. E aceitar de forma tranqüila a vontade do Senhor é outra condição. O filho deve se submeter à vontade do Pai. Maria Derly lembra que até mesmo Jesus foi submisso em sua oração quando orando disse: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26:39)

Vigiar, orar, esperar e aceitar

O tempo do Senhor é diferente do tempo do homem. Ao homem cabe pedir com coração quebrantado, confiando nas promessas do Senhor. “Deus testa a nossa perseverança para ver se esperamos com paciência, por isso o salmista diz: ‘Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor”, Maria Derly destaca do Salmo 40.1.

“Porque Deus sabe o que é melhor para nós. Por muitas vezes as nossas orações não são respondidas do jeito que preferimos. Mas é preciso entender que Deus sabe o que é melhor para nós”, afirma o pastor Tiago. Ele acrescenta que a melhor forma de conviver com uma oração não respondida é “deixar esta determinada oração nas mãos de Deus. Entendendo que na hora certa Ele irá agir”.

Jesus orou pelos seus

Antes mesmo que muitos existissem Jesus orava por todos, Ele orou por todos os cristãos. Na passagem que está no Evangelho de Lucas 172 Cristo diz: “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim”. Toda a Bíblia é repleta de ensinamentos sobre a oração.
Entretanto, Cristo no sermão do monte, narrado em Mateus 6, inúmeros ensinamentos, muitos referentes a essa forma de comunicar com Deus. Ele mesmo se encarregou de ensinar que o cristão não precisa usar repetições, nem mesmo orar em público. A oração é um hábito. Não a repetição de mesmas palavras, mas os momentos de reflexão encontro real com Deus através da conversa que é a oração.

Oração é “alimento”, que deve ser dado às crianças desde pequeninas. “A Bíblia nos diz para ensinar a criança no caminho em que deve andar. Isso inclui também ensiná-la desde pequena a orar”, ressalta Maria Derly, que também é coordenadora da Escola Bíblica Dominical de sua igreja.

Oração: aroma agradável a Deus

• Através do Espírito Santo (“Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”. Jd 20);
• Coração cheio de fé (“E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis”. Mt 21.22);
• Vida pura e contrita (“Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa”. Hb 10.22);
• Ser sábio nas petições (“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” 1Co 14.15);
• Com sinceridade (“Ouve, Senhor, a justiça, atende ao meu clamor; dá ouvidos à minha oração, que não é feita com lábios enganosos”, SI 17.1);
• Santidade (“Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos
santas, sem ira nem contendas”. 1Tm 2.8);
• Humildade (“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos atentos os meus ouvidos à oração deste lugar”. 2Cr 7.14,15);
• Incessante (“Orai sem cessar”. 1Ts 5.17);
• Orar em qualquer lugar (“Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar” 1Tm 2.8).
Fonte pastor Els R. de Oliveira

Alimento diário

O que falar com Deus? De qualquer forma, para o pastor Tiago e importante tomar cuidado com o que se pede em oração. “É um erro muito grande pensar que Deus não nos daria algo só porque sabe que não deveríamos ter esse algo. Olhe na bíblia quando o povo queria Saul como rei. Deus sabia que Saul não seria o rei ideal mas atendeu ao povo assim mesmo e deixou eles quebrarem a cara. Não podemos insistir naquilo que não é o melhor para nós. Cuidado, Deus pode te atender mesmo sabendo que não é o melhor para você”, enfatiza o pastor.

Acima e antes de tudo, não se pode esquecer que oração é um conjunto de adoração, confissão, agradecimento e súplica. Oração ao Pai em nome de Jesus Cristo, interpretadas pelo Espírito Santo. Uma das primeiras coisas que o cristão aprende é que precisa orar. Mas é necessário aprender também a viver e descansar no Senhor, as súplicas serão ouvidas e atendidas mediante a graça de Deus, não existe mérito pessoal.

“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças”, conforme ensina o texto de Filipenses 4.6.

Pai-Nosso

No Pai Nosso, Jesus dá preciosos ensinamentos:

• Reconhecimento da soberania divina (Pai nosso, que estás nos céus.);
• Reconhecimento da santidade divina (santificado seja o teu nome;);
• Reconhecimento da vinda do reino no presente e sua implantação no futuro (venha o teu reino;);
• Submissão sincera à vontade divina (faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;)
• Reconhecimento que Deus supre as nossas necessidades pessoais (o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;);
• Disposição de perdoar para receber perdão (e perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;);
• Proteção contra a tentação e as ações malignas (e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal);
• Desprendimento para adorar a Deus em sua glória (pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!).
Fonte: Site Casa da Benção

A matéria acima é uma republicação da Revista Comunhão, da edição nº 120, de Agosto de 2007. Fatos, comentários e opiniões contidos no texto se referem à época em que a matéria foi escrita.

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