Nos últimos cinco dias ocorreram diversos toques de recolher noturnos limitando a liberdade de movimento dos cidadãos no Chile
Milhares de pessoas se concentraram nesta quinta-feira (24) na praça Itália no centro de Santiago, Chile para expressar rejeição ao governo do presidente chileno Sebastian Piñeira. Este foi o sétimo dia consecutivo de protestos.
A multidão se aglomerou em um ambiente até então festivo e com a escassa presença das forças de ordem. Assim, os manifestantes bateram panelas para mostrar descontentamento ao governo, como tem ocorrido desde a sexta-feira (18) no país.
Os distúrbios já deixaram 18 mortos no país. Além disso, nos últimos cinco dias ocorreram diversos toques de recolher noturnos limitando a liberdade de movimento dos cidadãos.
Os manifestantes levaram cartazes pedindo a renúncia do presidente e expressaram desacordo em relação às medidas que Piñeira apresentou há dois dias, como o aumento do salário mínimo, melhoras na previdência e a redução do preço da luz.
SEBASTIÁN PIÑERA
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou nesta quinta-feira que o governo do país trabalha em um “plano de normalização” do cotidiano no país para reduzir os períodos de toque de recolher decretados durante a série de protestos populares por melhorias sociais.
“Nossa intenção é avançar com a maior força, mas também com total prudência neste processo de normalização para poder terminar com os toques de recolher e, tomara, poder também suspender o estado de emergência”, afirmou Piñera em um ato público em Santiago.
MISSÃO DA ONU
A missão da ONU que investigará possíveis violações aos direitos humanos durante os recentes protestos no Chile será formada por três especialistas, chegará a Santiago na próxima segunda-feira e trabalhará no país até o dia 22 de novembro, detalhou a ONU nesta sexta-feira.
O grupo de especialistas “tentará se reunir com membros do governo, representantes da sociedade civil, vítimas, instituições nacionais de direitos humanos e outros envolvidos para coletar informação em primeira mão”, informou em entrevista coletiva Ravina Shamdasani, porta-voz do Escritório da ONU para os Direitos Humanos.
*Da redação, com informações da Agência EFE
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