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quinta-feira, 28 março 2024

Onde estão as emoções

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Foto: Divulgação- Clovis Nery

Este texto, em parte, sintetiza a visão da Neurociências, inspirada na obra de Bear, Connors e Paradiso, publicada pela  Artmed.

Por Clovis Rosa Nery

Onde estão as emoções? Ainda pairam dúvidas quanto à existência de uma região cerebral única para as emoções, mas é indiscutível a importância reguladora do Sistema Límbido, que são estruturas corticais “que formam um anel ao redor do tronco encefálico e do corpo caloso nas paredes mediais do encéfalo” (p. 585).

Assim, mediante estudos em animais, sabemos que existe uma área no telencéfalo e no diencéfalo que agrega as estruturas límbidas e é geradora de emoções. Lesões em algumas de suas estruturas deixa a pessoa vulnerável à depressão, medo e agitação, enquanto que em outras a raiva e a ira são potencializadas. A amígdala, localizada no lobo temporal, uma espécie de “centro de processamento”, se estimulada, produz um estado de vigilância extremado; mas, quando lesionada embota as expressões emocionais. Emoções agressivas são despertadas ferindo o hipotálamo. Com base nesses e em outros achados são desenvolvidos os psicofármacos.

Diante disso, discorrer sobre o local das emoções no corpo não é algo simples. Contudo, nosso sistema emocional possui uma base neural. Dessa forma, o Sistema Nervoso Central emite um sinal sensorial, em resposta a um estímulo que, obviamente, é conduzido por um neurônio. No caso deste, acredita-se que a “tutela” fica por conta do córtex cerebral, enquanto que a expressão emocional no ambiente externo é “gerenciada” pelo sistema motor e o hipotálamo.

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O que são as emoções? De início, lembremo-nos de que uma experiência emocional difere de uma expressão emocional. Uma experiência emocional, por ser interna, a princípio, pode não apresentar mudanças fisiológicas observáveis como ocorre na expressão emocional que é a experiência emocional externada. Ambas são produzidas por estímulos, porém o que difere é a modalidade da resposta. Assim, há cientistas que falam em “emoções intrínsecas e emoções extrínsecas”, sendo estas moduladas por neurônios serotoninérgicos e dopaminérgicos.

Simplificando: “Emoção é sentimento. É inerente à vida. […] é um sinal sensorial do corpo”, como descrevo no livro O segredo para viver feliz (Curitiba: Juruá, 2019, p. 26).

O como assimilamos os estímulos recebidos tem a ver com nossas experiências emocionais, e o como reagimos a eles define as nossas expressões emocionais, porque as coisas “em si” não têm poder sobre nós.

A experiência emocional acumulada é moduladora de comportamento. Nesse sentido, a cultura, o modo de vida e os valores influenciam diretamente o nosso nível de percepção e de reação aos estímulos.

Cada sentimento tem seus opostos. Por isso, existem emoções positivas e negativas, tais como: amor/ódio, serenidade/ansiedade, coragem/medo, alegria/tristeza, segurança/insegurança; enfim, a lista é interminável.

Concluindo:

As emoções negativas fazem parte da aflição da vida (João 16: 33). Somos passivos a elas. O que faz a diferença é que o cristão na agonia decorrente das tragédias, pela fé, tem a quem recorrer.

Como a fé é cognitiva, e os sentimentos experimentam alterações quando influenciados pelo pensamento, ela energiza áreas afins do SNC, por meio de conexões sinápticas, gerando transformação no comportamento.

O conselho do apóstolo é: “Lança sobre o Senhor as suas ansiedades […]” (I Pedro 5: 7). Parafraseando, creiamos e levemos a Deus nossas emoções negativas, porque Ele cuidará delas. Crer é preciso!

Clovis Rosa Nery é psicólogo e Administrador de Empresas com formação em Gestalt-terapia, RH e Auditoria. Autor de vários livros.

 

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