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terça-feira, 15 DE outubro DE 2024

O sentido da Páscoa 5 mil anos depois

A Páscoa é o símbolo máximo da morte, ressurreição de Jesus e a promessa de salvação e libertação por meio de Sua graça. Foto: Freepik

Neste fim de semana, cristãos de várias partes do mundo celebram a Páscoa, cerimônia milenar que fala de perdão, redenção e salvação

Por Cristiano Stefenoni

Enquanto para uns a Páscoa é vista como uma fonte de lucro que deve movimentar R$ 3,4 bilhões em vendas este ano, segundo projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), para outros, é uma oportunidade para descansar no feriadão prolongado. Mas o real sentido dessa data é muito mais profundo do que passeios e ovos de chocolate: é o símbolo máximo da morte, ressurreição de Jesus e a promessa de salvação e libertação por meio de Sua graça.

Contudo, a origem da Páscoa remonta o tempo dos patriarcas, narrada no capítulo 12 de Êxodo. Foi uma celebração estipulada por Deus para que o povo festejasse a sua libertação do Egito e a sua passagem para a terra prometida de Canaã. Mas a primeira comemoração aconteceu enquanto eles ainda estavam cativos, antes da praga da morte dos primogênitos egípcios, que determinou a saída definitiva do povo hebreu.

Aliás, a palavra “Páscoa” é derivada dos termos hebraicos “pesach”, do latim pascha e do grego paskha, que querem dizer “passagem”. Na cerimônia hebraica original, um cordeiro foi sacrificado e o seu sangue passado nos umbrais das portas para que o “Anjo da Morte” não atingisse os primogênitos hebreus, exatamente uma apologia à missão salvadora de Cristo que aconteceria 3.500 anos depois.

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“A Páscoa foi instituída por Deus antes da 10ª praga do Egito. A ordem de Deus para seu povo foi clara e não poderia ser desobedecida, pois naquela noite Deus libertaria seu povo do Egito. No Novo Testamento, houve uma mudança instituída por Cristo. Como Jesus era o cordeiro, não havia mais necessidade de cordeiro na celebração da Páscoa, por isso celebramos a Páscoa ou a ceia do Senhor apenas com pães e vinho (ou suco de uva, que é o fruto da uva não fermentado)”, explica o pastor José Ernesto Conti, da Igreja Presbiteriana Água Viva.

O pastor ressalta ainda que, apesar de inicialmente a Pascoa ser uma festa judaica, ela representa para os cristãos a libertação do pecado e o novo nascimento. “Nenhuma outra religião tem uma festa tão significativa como a Páscoa cristã, logo, nenhuma outra religião pode se alegrar com a salvação, exceto aqueles que aceitam a Jesus como seu Salvador e pertençam a igreja de Cristo. A alegria da Páscoa está diretamente ligada a nossa libertação do pecado”, justifica Conti.

Além disso, o pastor José Ernesto enfatiza a importância desse período da Semana Santa para o evangelismo. “A Páscoa é uma excelente oportunidade para evangelizar. Tudo que o pecador precisa é de salvação e a Páscoa mostra com coisas visíveis (pão e vinho), como foi esse sacrifício de Cristo. Por mais figurada que seja, ao vermos esses elementos, nossa mente e vida podem ser transformadas”, afirma.

A Páscoa e uma vida transformada

Para o teólogo Lourenço Stelio Rega, Ph.D. em Ciências da Religião, uma das formas mais importantes de celebrar a Páscoa é por meio de atitudes no dia a dia, fruto de uma vida transformada por Jesus.

“Nossa mensagem deverá ir além da transmissão verbal, avançando para a sua aplicação na remodelagem e transformação de nosso modo de viver, de ver a vida, ver o mundo, ver os relacionamentos, nossa profissão, nossa vida doméstica, enfim, tudo será tocado pelo poder transformador do Evangelho nos trazendo de volta ao caminho que foi abandonado com a rebelião no Éden”, enfatiza Rega, que completou:

“Na comemoração da Páscoa, não poderemos esquecer de nenhum evento que torna o Evangelho completo e rico, em que a visão mais profunda nos aponta para compreender que o centro, não é um só, mas todos estes eventos fantásticos, especiais, eternos e que se completam promovidos pelo nosso Criador e Redentor – encarnação, cruz, ressurreição, ascensão e volta – que promovem a restauração de tudo e de nossas vidas, dando-nos real sentido em viver”, conclui.

 

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