Asia Bibi, uma cristã paquistanesa condenada à morte por blasfêmia em 2010, mencionou o salmo que a ajudou a resistir durante seus dez anos de detenção
Presa e depois condenada à morte no Paquistão por blasfêmia em novembro de 2010, Asia Bibi passou dez anos de sua vida na prisão. Apesar da solidão e do sofrimento, ela nunca deixou de ter esperança.
Na prisão, “estava muito isolada e fiz de tudo para ficar extremamente silenciosa”, diz a cristã.”Mas acima de tudo, mantive Deus em meu coração. Eu orei todos os dias”, completa.
Ao longo desses anos, uma passagem da Bíblia a apoiou particularmente. “A palavra que sempre voltava para mim era:” O Senhor é o seu refúgio. ” Cada vez, foi o primeiro verso que me deparei ”, explica ela. Essa passagem, extraída do Salmo 15 , carregou Asia Bibi por dez anos. Ainda hoje, ela tem forças para continuar sua luta contra a lei anti-blasfêmia.
“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração.” (Salmos 15:1-2). O salmo de Davi intitulado “O cidadão dos Ceús”, começa com esses respectivos versos, que perguntam e questionam.
Asilo na França
A paquistanesa está residindo no Canadá com o esposo e os cinco filhos, pediu asilo na França. Em 2015, ela já havia recebido a cidadania honorária de Paris. Durante uma entrevista à rádio francesa RTL, Asia confirmou o desejo de mudar para a nação e disse que tem uma reunião com o presidente Emmanuel Macron para tratar do assunto, nesta sexta-feira.
Em outubro de 2018, a Suprema Corte do Paquistão rejeitou a acusação contra a seguidora de Jesus. Nos sete meses seguintes, ela ficou sob custódia protetiva para aguardar a revisão da decisão da justiça. O caso de Asia gerou muitas manifestações de muçulmanos contra a soltura dela e, por causa da grande polêmica, a localização dela foi mantida em segredo, mesmo em um país como o Canadá.
As experiências dos quase dez anos que passou na prisão viraram tema para a autobiografia intitulada “Enfim livre”. A obra foi escrita em conjunto com a jornalista francesa Isabell-Anne Tollet, que trabalhou na campanha de libertação da cristã paquistanesa.
*Com informações de Porta Abertas e Aleteia