Ele atua desde o Antigo Testamento e, hoje, convence o mundo do pecado, do juízo e da justiça, além de fortalecer e consolar o crente

Por Patricia Scott

As Sagradas Escrituras revelam a Trindade [Pai, Filho e Espírito Santo], que atua em perfeita unidade. Assim, os cristãos seguem um só Deus. Além disso, a Bíblia destaca que, como uma pessoa, a terceira da Trindade, o Espírito Santo tem emoções, vontades, intercede pelo crente [Romanos 8.26-27] e fica triste [Efésios 4.30].

Em Gênesis 1.26, no relato da criação do ser humano, é utilizado o plural na frase: “Façamos o homem, conforme a nossa semelhança”. Desse modo, segundo o pastor Joarês Mendes de Freitas, fica entendido que a Trindade estava agindo naquele momento. “Logo, o Espírito Santo vem cumprindo o Seu ministério desde o início da história”. Além dessa passagem bíblica, o “primeiro verso da Palavra diz que no princípio ‘o Espírito (Santo) de Deus se movia sobre as águas’ [Gênesis 1.1]”.

Sendo assim, o pastor explica que o Espírito Santo atua desde os tempos do Velho Testamento, quando agia de modo pontual na vida de pessoas e em determinadas circunstâncias. “Conforme promessa das Escrituras, Ele foi derramado em plenitude no tempo do Novo Testamento”, diz Joarês, pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória (ES).

Ele lembra também que, hoje, o objetivo da presença do Espírito Santo no mundo é continuar a obra de Cristo. Por isso, “Seu trabalho na vida do crente é interior, reproduzindo o caráter e a imagem de Cristo”.

Em contrapartida, o “Espírito Santo atua na vida do não crente, convencendo-o da sua condição [de pecador] e operando o novo nascimento”. Por isso, Jesus deixa claro que, após Sua ascensão ao céu, o Espírito Santo desceria para convencer “o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado [João 17.8-11]”.

Consolador e orientador 

O teólogo e pastor Roberto Cruvinel ensina que, a partir da conversão, o Espírito Santo atua como Consolador na vida do cristão, fortalecendo-o [Ef 3.16], guiando-o, proporcionando-lhe segurança [Rm 8.14-16], instruindo-o [Jo 16.13,14], capacitando-o [1 Ts 1.5] e chamando-o para uma missão. “Ele também é Salvador [Tt 3.4,5], quando se trata da aplicação da obra redentora de Cristo no coração humano. A Bíblia apresenta, de igual modo, os atributos comunicáveis do Espírito Santo: santidade, verdade, sabedoria”, expõe o diretor da Escola Teológica Pastor Virgílio dos Santos Rodrigues, em São Paulo (SP).

O pastor observa que, no Novo Testamento, o Espírito Santo age de forma permanente, principalmente a partir de Sua Igreja, com o objetivo de reconciliar o homem com o Criador por meio da pregação do Evangelho [1 Co 1.23,24]. Nos dias atuais, Ele continua agindo: “convencendo os pecadores, operando em Sua Igreja e, por ela, capacitando os membros para expandir o Reino de Deus e edificar o Corpo de Cristo”.

Roberto cita as palavras do apóstolo Paulo à Igreja de Corinto: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus [1 Co 6.19,20]. De acordo com ele, essa é uma passagem crucial para os cristãos. Isso porque ressalta a atuação direta do Consolador sobre eles.

“Por isso, o salvo por Jesus precisa estudar e conhecer a obra do Espírito Santo, tendo em vista uma vida plena” e, pelo poder dEle, a Igreja será testemunha de Jesus até os confins da Terra (Atos 1.6-8)”, conclui o pastor Roberto Cruvinel.