Unir fé e prática é o primeiro passo para criar uma geração de bons mordomos
Por Patrícia Esteves
No ambiente familiar, os pais são os primeiros modelos de comportamento para seus filhos. Quando se trata de finanças, o exemplo que os pais oferecem pode ser determinante na formação de uma mentalidade financeira saudável nas próximas gerações. A forma como lidam com dinheiro, como demonstram generosidade e responsabilidade, vai muito além de palavras; são lições que reverberam por toda a vida. Para os cristãos, esse ensinamento deve estar enraizado em valores bíblicos que orientam a boa mordomia, a disciplina e a unidade no lar.
Quando o casal é unido tanto nas decisões financeiras quanto nos princípios de vida, os filhos observam e absorvem esses padrões. O empresário e escritor Tiago Tozzi, dedicado à área de finanças, enfatiza a importância do exemplo dentro do lar: “Filhos aprendem mais com exemplos, seguindo-os. Por isso, o que os pais falam deve estar alinhado com o que fazem. Se o casal é ajustado em família e finanças, esse padrão irá se repetir nas gerações”.
Tiago lembra o que está escrito em Provérbios 22:6: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. Segundo o escritor, essa orientação lembra que a educação começa em casa e deve ser constante, tanto na espiritualidade quanto nas práticas diárias, como o uso responsável dos recursos. “O casal que ajusta suas finanças de acordo com princípios bíblicos demonstra uma vida de obediência e fé em Deus, influenciando diretamente a próxima geração a seguir o mesmo caminho de integridade e generosidade”, explica.
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O exemplo financeiro dos pais, entretanto, vai além de equilibrar o orçamento ou evitar dívidas. Trata-se de transmitir aos filhos uma visão bíblica sobre o propósito do dinheiro. Segundo Tiago, pais que decidem viver com o que têm, sem entrar em dívidas desnecessárias ou cair na tentação de seguir padrões de consumo exagerados, ensinam aos filhos a sabedoria da moderação e da gratidão. Isso se reflete também na prática da generosidade. “Presentear é ser um bom mordomo do que Deus confiou em nossas mãos. Fale e faça, assim os filhos aprenderão”, diz.
A disciplina é outro elemento essencial que os pais devem transmitir aos filhos. Tiago cita Hebreus 12:11 para ilustrar a importância de uma educação financeira pautada na correção e no autocontrole: “Nenhuma disciplina no presente parece ser de gozo, senão de tristeza; mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela”. Ensinar as crianças a pouparem, a fazerem escolhas conscientes e a pensarem no futuro não é uma tarefa imediata, mas, com o tempo, gera frutos de paz e segurança, tanto financeira quanto emocional, na vida adulta.
Ele ressalta também o poder do diálogo, porque “a cooperação de todos é vital”. O escritor reforça que a união em torno das finanças é um reflexo da união familiar em geral. “Quando todos estão cientes das necessidades e limitações, torna-se mais fácil cultivar um ambiente de apoio mútuo e entendimento”, conclui.
