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sexta-feira, 19 abril 2024

O perfil dos evangélicos no Espírito Santo

Um dos dados apurados na pesquisa demonstra que as pessoas se sentem mais estimuladas a visitar as igrejas quando convidadas por amigos e parentes (36,31%), ou pelos pais (33,41%). Analisando com cuidado a tabela, podemos perceber ainda que as campanhas evangelísticas, e o convite de membros ou pastores surtem pouco efeito na decisão de quem busca uma igreja. As campanhas são responsáveis por apenas 1,69% das decisões, enquanto que o convite de pastores e membros correspondem a 3,38%.

Para o pastor Edson Cunha, da Primeira Igreja Batista de Piúma, a família, de fato, é peça fundamental para a vida cristã. “A igreja e a família são os principais formadores de opinião e caráter do ser humano, com isso, reina no seio familiar o amor de Deus que deve ser estendido ao próximo”, explica.

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No entanto, o pastor não acredita que as igrejas estão deixando de lado seu papel evangelístico. “Através do crescimento das igrejas tem sido desenvolvido outros trabalhos em suas frentes missionárias, conscientizando cada membro para que faça o evangelismo de forma pessoal, ou seja, que convide amigos e familiares para os cultos e eventos da igreja”, esclarece o pastor Edson.

Outro dado apurado na pesquisa é a idade em que a pessoa começa a frequentar uma igreja. A maior porcentagem encontrada está entre os jovens até 19 anos. Somados os dois resultados (até 16 anos e entre 16 e 19 anos) chega-se ao índice de 59,47%.

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Entre os adultos, aqueles com idade entre 20 e 29 anos (18,21%) e entre 30 e 39 anos (11,82%), somados, correspondem a cerca de 30%.

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Mais proximidade com os líderes
Quando perguntados se receberam em casa a visita do pastor, ou de algum líder, 79,73% dos entrevistados respondeu que sim, enquanto apenas 20,26% afirmaram não ter recebido nenhuma visita, ou não souberam responder.

No entanto, considerando o grupo que afirmou não ter recebido nenhuma visita, um total de 82,51% disse que gostaria de ser visitado pelo pastor. Isso demonstra que os evangélicos desejam um contato maior com seus pastores e líderes, e revela que muitos sente-se carentes de atenção.

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Louvor agrada mais
A Pesquisa Comunhão 2011 também buscou revelar o que os evangélicos mais gostam em suas igrejas. Entre tantas respostas, o destaque ficou por conta do louvor, que alcançou índice de 42,58%. O pastor Edimilson Silva, da Igreja da Graça, explica que o louvor é uma ferramenta preciosa para o reino de Deus, e por isso agrada tanto aos membros.

“O louvor é a palavra de Deus ministrada, e é fundamental para os cultos. O Espírito de Deus se faz presente no louvor, que deve também funcionar como ferramenta de evangelismo, uma vez que em eventos externos, por exemplo, a música atrai as pessoas para a presença de Deus, além de preparar o coração para ouvir a palavra do Senhor”, afirma.

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A pesquisa revelou também que o momento de estudo da palavra e o culto não estão entre as preferências dos entrevistados. Apenas 10,01% afirmou ser o culto o que mais gosta na igreja, e 7,12% respondeu gostar mais da Escola Bíblica Dominical.

O maestro e ministro de música da Assembleia de Deus em Aribiri, Vanderlei Rocha, acredita que há uma inversão de valores dentro da igreja. Em sua opinião, o louvor deve ser apreciado, mas o estudo da Palavra de Deus deve estar sempre em primeiro lugar. “A Palavra do Senhor é verdadeira, e nem sempre as pessoas estão preparadas para ouvi-la. Muitos querem apenas receber a benção, querem cantar a vitória com o louvor, mas não querem ouvir a Palavra, que nos exorta e nos enquadra nos princípios de Deus”, explica.

O maestro afirma que não é contra o louvor, afinal ele é ministro de música, mas que o culto e o estudo bíblico proporcionam mais embasamento cristão. “Se as pessoas não estão gostando de ouvir a Palavra é porque estão recebendo ‘xarope’, a Palavra de Deus faz bem para quem ouve, transforma e da sede às pessoas para ouvir mais e mais”, afirma o mastro Rocha.

Dízimo e ofertas
Para o cristão a entrega do dízimo vai além de uma obrigação, para se tornar um ato de fidelidade para com Deus. A pesquisa demonstrou que o número de pessoas que afirma ser dizimista e ofertante é bastante amplo. Em 2011, um total de 82,39% dos entrevistados diz contribuir com dízimos e ofertas.

Em comparação com as pesquisas realizadas anteriormente, o número apresenta ligeira variação em comparação com o resultado de 2010, mas se mantém acima dos índices registrados em 2009 e 2008. Veja no quadro abaixo a evolução ano a ano.

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O pastor Edson Cunha, da PIB de Piúma, acredita que este número pode não refletir a realidade de maneira precisa. “Cada igreja tem um perfil sócio-economico e cultural que influencia diretamente na regularidade dos dízimos e ofertas. Além disso, o fator direcionado à fidelidade do dízimo é a orientação e o entendimento recebido pelo líder. Cada um deve saber com exatidão o que é e porque dizimar”, diz o pastor.

 

O pastor Batista Francisco Mecenas, explica que muitas pessoas confundem a definição de dizimistas e ofertantes, por isso o percentual é tão expressivo. “Se for aplicado uma checagem de diferença nestas respostas, entre ofertante e dizimista, possivelmente vai haver diferença neste percentual encontrado”, esclarece.

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Para o pastor é fundamental que as pessoas saibam diferenciar o dízimo e a oferta. “O dízimo é um décimo de tudo aquilo que nós ganhamos, e o sentido de ser dizimista é reconhecer que Deus é o dono de todas as coisas. Ou seja, eu não tiro 10% do que é meu e dou ao Senhor, mas sim ele me dá 100% do que eu tenho, e eu devolvo 10% como forma de reconhecimento. Já a oferta é um ato liberal e voluntário, algo que Deus coloca em meu coração. E a oferta pode ser direcionada a uma ação específica, ou não”, explica o pastor Mecenas.

A administração dos recursos financeiros das igrejas é bem avaliada a partir da confiança no uso do dízimo e das ofertas. Quando perguntados se a igreja aplica de maneira eficaz tanto o dízimo quanto as ofertas, 89,63% dos entrevistados responderam positivamente. Ao somar os resultados de quem disse não, e de quem não soube responder, chega-se à 10,37%.

Leitura bíblica
A Palavra de Deus é o manual de conduta e referência para o cristão que deseja seguir o caminho, a verdade e a vida. No entanto, a pesquisa revelou que a leitura da Bíblia não é unanimidade entre os evangélicos capixabas. Um total de 73,70% dos entrevistados respondeu que não realizou a leitura de toda a Bíblia.

O pastor Edimilson Silva, da Igreja Cristã da Graça, acredita que cabe ao pastor o papel de incentivar a leitura bíblica. “É muito importante o pastor ter esta visão. Deus nos coloca para guiar as ovelhas, e elas esperam por este estímulo”, afirma.

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O pastor da Igreja Missionária Shalom, Lauro Cruz, lamenta um índice tão alto de pessoas que não leem a Bíblia. “Infelizmente essa constatação da Pesquisa Comunhão eu tenho visto com certa frequência. A maioria dos evangélicos, de fato, não leem a Bíblia, e os que leem, apenas fazem como ato religioso e não como meditação e estudo”, diz.

Para ele, os motivos que levam a isso podem ser encontrados no libro de Mateus. “Muitos andam ansiosos pelas coisas do mundo, e não se preocupam com as coisas que realmente importam, o Reino de Deus. Os crentes de hoje perdem muito tempo em frente a televisão e outras coisas, e esquecem de dedicar um tempo para a meditação na Palavra. Isso se reflete no padrão de vida cristã que temos hoje”, afirma o pastor Lauro.

A participação na igreja
A participação dos membros nos ministérios e ações desenvolvidos pela igreja é fundamental para o crescimento da congregação. No entanto, a Pesquisa Comunhão revelou que 46,11% dos entrevistados não possui cargo na igreja.

Para o pastor Edimilson, assumir um cargo na igreja, ou participar de maneira ativa em um ministério, é um caminho natural. “Fico feliz em perceber que a maioria das pessoas trabalham para a obra do Senhor. Quanto a estes 46%, acredito que em algum momento a ‘ficha cai’, ou seja, estas pessoas vão entender, mais cedo ou mais tarde, qual é o seu papel no corpo de Cristo”, afirma.09_qual_cargo

Um fator curioso foi revelado na pesquisa deste ano. Embora seja o número de pessoas que não possui nenhum cargo na igreja seja expressivo, grande parte dos entrevistados considera bom seu nível de atuação nas atividades realizadas. Veja detalhes no gráfico ao lado. Apenas 9,88% afirmou ser baixo o nível de participação nas atividades; enquanto que um total de 88,62% afirmou ser alto ou médio.

O pastor Francisco Mecenas, explica que é preciso entender o significado de ter um cargo ou função na igreja. Para ele, existem duas vertentes, que não são bíblicas e nem sadias. “As pessoas assumem um cargo, muitas vezes como um peso, ou com o objetivo de se promover”, afirma. Entretanto, o pastor esclarece que ocupar uma função ou cargo deve ser um ato de culto a Deus.

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Além deste esclarecimento, o pastor Mecenas destaca outro ponto importante. “É preciso refletir se a única maneira de servir a Deus é ocupando um cargo na igreja. Na verdade, a visão de serviço a Deus é muito mais ampla do que simplesmente ocupar uma função eclesiástica. Este número deixa de ter importância à medida em que o povo chamado de evangélico serve a Deus em todas as outras posições. Como um bom médico por exemplo, ou um advogado que trabalha honestamente, ou um motorista que exerce seu trabalho com responsabilidade. Essa é a verdadeira visão de serviço, quando em tudo o que eu faço eu presto um culto a Deus”, analisa o pastor Mecenas.

Quando se fala em participação em ações sociais, o quadro é um pouco diferente. Do total de entrevistados 59,71% afirmou que não participa de atividades direcionadas ao voluntariado ou ação social promovidas pela igreja.

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Entre o grupo que participa destas ações (40,29%), a maior parte apenas contribui com a ação social, sem se envolver diretamente, representando 41,92% das respostas. Aqueles que doam tempo de sua atividade profissional somam 15,87%; e os que se envolvem em atividades missionárias correspondem a 23,65%. Veja na tabela acima a distribuição destes dados.

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Tecnologia
Os dados apurados durante a pesquisa também demonstraram que os cristãos estão antenados às novas formas de comunicação. Entre os entrevistados, 57,78% afirmou ter acesso à computador, e destes, 49,82% acessa a internet.

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A maior parte dos acessos se faz de casa, para 80,87% dos entrevistados. Enquanto isso, 10,41% acessam do trabalho, e 8,72% utilizam lan houses para navegar na rede. Na tabela ao lado, você confere todos os resultados. Lembrando que para esta questão os entrevistados podiam citar mais de uma resposta.

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Redes sociais
Além de identificar se os evangélicos estão acessando a internet, a Pesquisa Comunhão identificou o que eles mais acessam e em quais redes sociais estão inseridos. Entre os entrevistados, o campeão de uso é o e-mail, com índice de 85,96%; em seguida está o MSN com 74,84%.

O site das igrejas é visitado por 34,38% dos pesquisados; enquanto que o Facebook atrai os cliques de 26,63% dos evangélicos capixabas. O Twitter e os blogs são os menos acessados, com índices de 15,25% e 13,80% respectivamente. Lembrando que os entrevistados podiam citar mais de uma rede social.

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A pesquisa também revela que a frequência diária de acesso a estas redes também é maior em comparação com o ano anterior. Em 2010, o número de acesso a e-mail era de 45,06%, e em 2011 este número aumentou para 56,51%.

O site das igrejas também está sendo mais acessado. Em 2010 um percentual de apenas 6,84% visitava o site diariamente, neste ano a pesquisa revela que o índice é de 37,06%. Outra rede social que registra expressivo aumento no número de acessos é o Twitter. Se em 2010 apenas 2,53% dos entrevistados acessavam o microblog diariamente, em 2011 este índice saltou para 71,43%. Veja na tabela abaixo a evolução no número de acessos diários em redes sociais.

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Entre os entrevistados que afirmam ter acesso a internet (49,82%), a maioria não possui o hábito de realizar compras online, somando 63,83%. Enquanto que apenas 31,31% já realizaram alguma compra pela internet.

Entre os produtos mais comprados destacam-se os livros 23,26%; CD’s 12,40%; e passagem aérea 14,73%. Veja na tabela abaixo os itens mais comprados.

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