A expectatita é que resultado das urnas reflita o crescimento do número de crentes no país, com a eleição de representantes alinhados com os princípios bíblicos
Por Daniel Hirschmann
A proximidade das eleições municipais do dia 6 de outubro deste ano já está movimentando os círculos evangélicos, que esperam aumentar a participação de crentes em cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador nos mais de 5,5 mil municípios do País a partir de 2025. Com o crescimento de membros de igrejas evangélicas no Brasil nas últimas décadas, a expectativa é que isso se reflita nos votos, mostrando a força desse segmento, também, nas urnas.
O Espírito Santo, por exemplo, tem uma população predominantemente cristã, com 15,09% de evangélicos, o equivalente a mais de um milhão de pessoas. Além disso, segundo o Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp), o estado apresenta a maior concentração de igrejas evangélicas do Brasil, com 93 templos evangélicos por 100 mil habitantes.
Mas essa não é uma exclusividade capixaba. Na nota técnica “Surgimento, trajetória e expansão das Igrejas Evangélicas no território brasileiro ao longo do último século (1920-2019)”, o pesquisador Victor Araújo, autor da nota da Fapesp, afirma que a “transição religiosa em curso – consubstanciada pelo crescimento do grupo de confissão evangélica e o enfraquecimento do Catolicismo Romano – é um dos fenômenos demográficos mais importantes do Brasil contemporâneo”.
A Nota Técnica aponta que, somente em 2019, último ano da série analisada, foram abertas 6.356 igrejas evangélicas no Brasil, uma média de 17 novos templos por dia. Segundo Araújo, que é PhD em Ciência Política e pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Zurique, na Suíça, “diversas consequências sociais e políticas decorrem dessa mudança estrutural na composição do mercado religioso brasileiro.
Princípios bíblicos
Diante desses dados, o senador Magno Malta (PL-ES) afirma que os eleitores cristãos precisam se preocupar em eleger candidatos genuinamente conservadores e alinhados com os princípios bíblicos, a fim de enfrentar o que ele chamou de “uma batalha contra um governo de esquerda e o ativismo judicial, que buscam aprovar pautas contrárias à Palavra de Deus”.
Desde o início de 2023, no Congresso Nacional, essa luta é marcada por tentativas de legalização das drogas e do aborto, promoção da transição de gênero em adolescentes, sexualização das crianças nas escolas, entre outras propostas de grupos de esquerda. “Mas essas questões não se limitam à esfera federal, pois muitas vezes é nos municípios que as políticas nacionais têm maior impacto”, alerta o senador.
Para ele, esse é um momento de depuração em que serão separados o joio do trigo, inclusive na política municipal. “É fundamental eleger homens e mulheres conservadores e cristãos, para garantir que certas agendas não sejam implementadas em nossas cidades. Além das funções essenciais de um executivo municipal, como zelar por saúde, educação e infraestrutura, é necessário que os eleitos defendam ideologicamente os princípios do cristianismo”, disse.
Liberdade em risco
A senadora Damares Alves, em recente entrevista à revista Comunhão (edição 316), falou sobre riscos à liberdade de religião no País, considerando o avanço de pautas de esquerda e até mesmo de defensores do comunismo no poder.
“O povo não sabe o que é comunismo. Quando os cristãos tiverem a nítida compreensão que cristianismo e comunismo não combinam, que comunista mata cristão, este povo não volta pro poder. Então, está faltando a nós trabalharmos essa informação com o povo”, afirmou a senadora.
Ela acredita que as eleições municipais deste ano são uma boa oportunidade para que os evangélicos cresçam em representatividade nos municípios, com pautas ligadas aos propósitos cristãos e conservadores. Em contato com Comunhão, Damares Alves lembrou que os evangélicos já são “quase maioria no Brasil” e espera que isso se reflita, também, no pleito municipal.
“A comunidade evangélica defende pautas de proteção da criança, da família, do idoso, da mulher, e uma pauta de prosperidade também. E nós estamos conversando, na base, para que evangélicos se candidatem. Temos certeza de que muitas lideranças políticas estão vindo do segmento evangélico. Nós seremos um número enorme de parlamentares municipais e prefeitos evangélicos”, afirmou.