Creio que não podemos fazer como uma avestruz e esconder a cabeça deixando tudo mais exposto para os ataques do inimigo.
Nos últimos meses temos discutido e lido muita coisa sobre a participação do cristão na política. O quadro político nacional está semelhante a uma guerra espiritual entre os cristãos de um lado apoiando o Presidente Bolsonaro e do outro os dominadores desse mundo tenebroso e as forças espirituais do mal nas regiões celestes formados pelos que não apoiam o Presidente.
A grande questão é como as coisas chegaram até aqui? Não tenho dúvidas de que a igreja está enfrentando essa “guerra” porque durante muitas décadas ela foi omissa quanto a questão política, como se esse assunto não fosse essencial no meio cristão. O desprezo por parte da igreja durante muitos anos, deixou essa área totalmente nas mãos do “inimigo” que aproveitou o desleixo da igreja para implantar sua política com suas regras.
O problema é que o jogo político já está nos 45 minutos do segundo tempo e a igreja já perdendo de 2 x 0 e nosso “Neymar” está no banco dos reservas se aquecendo para entrar. Estamos dependendo da bondade do Juiz, para saber quantos minutos teremos de acréscimo e torcer para empatar o jogo. Por causa dessa situação desesperadora, a igreja tem chutado a canela de muita gente e feito muito “jogo feio”, mas o que não fizemos nos últimos 50 anos, teremos que fazer nesses poucos meses até as eleições de outubro de 2022.
Creio que não podemos fazer como uma avestruz e esconder a cabeça deixando tudo mais exposto para os ataques do inimigo. Já cedemos muito terreno para as forças contrárias e precisamos de um milagre (espero que esse terreno ainda seja da igreja) para que as coisas revertam e nosso país encontre um pouco de paz para sobreviver.
Nossos inimigos, os esquerdistas, políticos corruptos e inescrupulosos, sem ética ou princípios que devem nortear a vida pública, a totalidade da imprensa, a 3 anos já estão atacando incansavelmente as bases conservadoras. Eles não têm escrúpulos nem regras, ou seja, enquanto nós mantemos alguns princípios básicos em uma batalha, eles descaradamente quebram e destroem qualquer possibilidade de uma luta justa e honesta. A igreja não está acostumada nem foi treinada para lutar deslealmente a batalha política, pois nem sempre o inimigo de meu amigo não necessariamente é meu inimigo. Não há princípios que norteie esse relacionamento, ou melhor tudo que é falso, pode se tornar verdade, depende apenas do momento e dos interesses.
Percebe que além de ter desprezado esse campo de batalhas na mão do inimigo, não sabemos lutar, pois nossas armas além de desatualizadas (usamos bacamarte enquanto eles usam fuzil AK47) nossa ética e princípios nos impede de fazer jogo sujo, trair, fazer engodo, fingir ou armar qualquer cilada para o inimigo.
Mas não é por isso que devemos desistir, abandonar o campo, deixar essa importante área da vida ao léu da sorte e sofrendo todos os reveses causados pela nossa negligência. É sim função da igreja e de seus membros participar dessa batalha que é tão importante quanto qualquer outra batalha espiritual. Pelo bem de nosso país onde moramos e vivemos, não podemos abandoná-lo nas mãos daqueles que só querem destruir todas as bases sólidas da cultura judaico-cristã que manteve todas as sociedades e nosso nível de civilidade até hoje.
Ou corremos para recuperar o tempo perdido, rogando a Deus que nos dê força e muita sabedoria, para que nossos líderes sejam iluminados e que os céus se abram para que um milagre aconteça, ou mais uma vez teremos que recuar e nos esconder dentro de nossas igrejas achando que o lobo mau político não vai nos achar.
J.E. Conti ([email protected]) é engenheiro, consultor, empresário e escritor.
