Estudo revela que consumo frequente de conteúdo adulto está ligado à solidão e depressão, enquanto especialistas alertam sobre as consequências espirituais e psicológicas
Por Patrícia Esteves
O consumo de pornografia se tornou cada vez mais acessível, impulsionado pela internet e por uma cultura que normaliza o conteúdo sexual explícito. Contudo, um estudo recente conduzido pelo Institute for Family Studies (Instituto de Estudos da Família), em parceria com o YouGov (empresa britânica de pesquisa de mercado e análise de dados baseada na Internet), revelou que essa prática está diretamente associada a sentimentos de solidão e depressão, especialmente entre jovens adultos.
Realizada com 2.000 entrevistados abaixo dos 40 anos, a pesquisa destacou que 11% dos participantes assistem pornografia ao menos uma vez por dia, e aqueles que o fazem mais frequentemente tendem a experimentar efeitos adversos em sua saúde mental. As conclusões, divulgadas em 12 de setembro, mostram que o impacto do consumo de pornografia vai muito além do que se vê na tela, afetando a vida pessoal dos envolvidos. Além de sensações de solidão e depressão em consumidores de conteúdo pornográfico, “trabalhadores” dessa indústria, que movimenta bilhões por ano, também sofrem consequências gravíssimas e pagam um preço muito alto por sua atividade.
O influenciador cristão Tarcísio Salomão Filho, preocupado com a banalização desse tipo de conteúdo, fez recentemente um vídeo divulgado em sua rede social em que destaca as armadilhas que a pornografia representa, tanto emocional quanto espiritualmente. “O mundo hoje quer normalizar o absurdo. Um desses absurdos é a ideia de que vale a pena produzir e postar suas fotos sem roupas na internet. Isso é mentira!”, afirmou.
O discurso de Tarcísio ecoa o alerta bíblico sobre a imoralidade sexual e suas consequências devastadoras. “A grande maioria dos produtores e das produtoras de conteúdo se matam antes dos 40 anos. Os que não fazem isso morrem antes dos 50, por causa de overdose, violência ou problemas psicológicos”, acrescenta Tarcísio.
Ele menciona exemplos de atrizes do setor pornográfico que alcançaram fama e fortuna, mas acabaram tirando a própria vida, destacando a futilidade dos prazeres passageiros que a pornografia oferece.
Sua crítica vai ao encontro das descobertas da pesquisa, que indicam que 36% dos jovens que consomem pornografia com frequência se sentem solitários e 32% relatam sintomas de depressão. Esses números sugerem que, em vez de trazer qualquer tipo de satisfação duradoura, o consumo de pornografia aprofunda o vazio emocional.
Além das questões psicológicas e espirituais, o impacto social também é visível. Tarcísio argumenta que a pornografia traz estigmatização. “Se você ganhar [dinheiro com pornografia], já perdeu, porque vai ser estigmatizado para sempre pela sociedade. Nunca será respeitado. Essa é a realidade”, disse.
O influenciador reflete que, embora o lucro financeiro possa parecer atrativo, ele não compensa as consequências pessoais e sociais a longo prazo. Na verdade, o relato de profissionais arrependidos reforça o peso dessa decisão, como afirma Tarcísio: “Uma produtora de conteúdo deu uma entrevista dizendo que se arrepende absurdamente e que queria que todos os conteúdos que ela fez fossem apagados da internet, mas já era”, sentencia.
A Bíblia ensina que “os puros de coração verão a Deus” (Mateus 5:8), mas a imoralidade sexual e a pornografia distorcem essa pureza e afastam as pessoas de uma vida espiritual autêntica. De acordo com Tarcísio, esse distanciamento progressivo de Deus é uma das consequências mais sérias do consumo de pornografia. “Fazem com que, pouco a pouco, vocês não consigam mais identificar Deus no mundo. Não deixe que o mundo te engane com essas mentiras.”
Para Tarcísio, a indústria pornográfica é frequentemente apresentada como um caminho rápido para o sucesso financeiro, mas, como revelam os dados da pesquisa e os relatos pessoais, esse caminho é repleto de dor, arrependimento e, em muitos casos, tragédia. “Dinheiro nenhum que uma pessoa ganhe vai conseguir pagar as consequências eternas do pecado. Isso, só Cristo consegue”, conclui.
A pornografia não é apenas uma questão de escolha individual, mas um problema que afeta profundamente a saúde emocional, mental, espiritual e social das pessoas. À medida que o mundo tenta normalizar o que é destrutivo, é essencial lembrar que a verdadeira liberdade e plenitude não estão nos prazeres temporários, mas em uma vida alinhada com os valores de Cristo.