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sexta-feira, 29 março 2024

O Espírito Santo Pode Transformar o Espírito Santo?

O Espírito Santo Pode Transformar o Espírito Santo?

Por João Marins

A forma provocativa, com ‘ar’ herege, com que abrimos este assunto não tem em vista colocar em dúvida o poder de Deus, ou colocar em questão a capacidade do Espírito Santo em transformar o nosso Estado. O que se quer refletir é o quanto a igreja, o Corpo de Cristo, está sendo eficaz no seu papel de promover o Reino de Deus no lugar em que foi plantada, de que forma a população, os sistemas, as leis e os valores têm sido influenciados pelos valores da Palavra de Deus, através dos cristãos.

Toda vez que me debruço sobre esta temática, acabo por me lembrar de Landa Cope, da JOCUM, e de seu livro ‘O Modelo Social do Antigo Testamento. Na página 10, lemos de sua surpresa quando, ao assistir a um programa de TV, constatou que a ‘cidade mais evangélica’ dos Estados Unidos, Dallas, no Texas, era também a que detinha indicadores sociais bastantes preocupantes. Segundo Landa, ‘o crime, o sistema social falido, as doenças, as discrepâncias na economia, a injustiça social, tudo desqualificava aquela comunidade no quesito qualidade de vida adequada’.

Assim, me decidi por conhecer um dos nossos mais conhecidos indicadores sociais: a violência. No último censo, o de 2010, constatou-se que, dentre as capitais, Vitória é terceira dentre elas com relação a ‘óbitos por armas de fogo a cada 100 mil habitantes’, com o índice de 60,7, ficando atrás apenas de Maceió – AL, com 94,5, e de João Pessoa – PB, com 71,6. Quando o Mapa da Violência no Brasil trata o mesmo indicador considerando os Estados, o nosso Espírito Santo fica em segundo lugar, com 39,4, perdendo apenas para Alagoas, que tem uma taxa de 55,3.

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Podemos, então, imaginar que o Estado do Espírito Santo é o Estado mais distante da fé cristã, o mais profano? Ledo engano. A terceira maior população evangélica brasileira está aqui, com um percentual de 33,0% sobre a população total, considerando que Rondônia é o Estado com a maior taxa, 35,0%, seguido pelo Acre, com 33,6%. [considerando o catolicismo romano, o Brasil é uma das nações mais cristianizadas do mundo].

Por que o terceiro Estado mais evangélico do Brasil é, também, o segundo Estado com maior número relativo de Óbitos por AF? O que a igreja está deixando de fazer?

A busca por respostas pode ser feita individualmente; cada um de nós pode avaliar o quanto tem se importando com a transformação a partir do testemunho pessoal, do exercício das nossas responsabilidades como aprendemos com os ‘heróis da fé’, descritos pela Palavra de Deus.

A busca por respostas pode ser feita pelas comunidades cristãs, igrejas locais, paróquias etc, em avaliar se têm buscado o modelo correto de discipulado transformador, ou se têm sido apenas supermercados de bênçãos espirituais.

A busca por respostas pode ser feita pelo conjunto da igreja cristã no Estado do Espírito, repensando seu posicionamento como Corpo de Cristo, lançando fora o orgulho denominacional, posturas vaidosas de quem acha que guarda a melhor doutrina, ou o excesso de zelo por achar que seus fiéis se perderão ao se juntarem com outros fiéis.

Fico imaginando o que seria da nossa sociedade quando entrássemos na rota da unidade? Seria a corrupção tão aparente, tão desavergonhada? A TV e os demais meios de comunicação seriam tão licenciosos e parciais? O capitalismo e o consumismo seriam tão vitais na promoção do endividamento tão doentio como tem se mostrado? A família apresentaria tamanha desfuncionalidade quanto aos papéis de cada um de seus membros? A igreja expressaria tanto apego à idolatria, seja de imagens de escultura, seja do culto às personalidades?

A igreja precisa manifestar a multiforme sabedoria de Deus. Ef 3.10.

Nisso pensai!

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