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quinta-feira, 28 março 2024

O caminho em que se deve andar

Crianças em momento de adoração na Escola Dominical da igreja Assembleia de Deus Vida Abundante, em Cariacica (ES)

Estudo aponta que crianças com hábitos religiosos são mais saudáveis e felizes

* Por Rafael Ramos
O caminho em que se deve andar

Integrante de uma família cristã, Laysah William, hoje com 11 anos, estuda a Bíblia desde os 2. Filha caçula do casal Deborah William e William Pinheiro Gonçalves, ela frequenta com os pais a Primeira Igreja Batista de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Acostumada com as historinhas do Livro Sagrado contadas na classe infantil, cresceu em um ambiente muito confortável, onde aprendeu valores importantes para sua criação. “A Escola Bíblica Dominical (EBD) ajudou muito na minha vida com Deus. Não só na Palavra.

Também me ensinou a expressar o meu amor através da música”, conta a menina, que se divide entre o coro dos adolescentes, o louvor do culto das mulheres e das famílias e o ministério das crianças.

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Assim como Laysah, outras crianças mostram estar felizes e à vontade com a educação baseada na fé. Pelo menos é o que aponta um estudo divulgado, no segundo semestre de 2018, pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Realizada pela Escola TH Chan de Saúde Pública de Harvard, sob a liderança de Ying Chen, a pesquisa mostrou como hábitos ligados à religião podem influenciar a qualidade de vida. No levantamento, foram ouvidas 5 mil crianças e adolescentes ao longo de 14 anos, até atingirem a idade de 20 anos.

Meninos e meninas criados nesse meio têm 18% mais de chances de ser felizes aos 20. Do total, 30% são mais prestativos para trabalhos voluntários e possuem 33% menos risco de desenvolver problemas como dependência química e depressão. “Nosso estudo mostra que isso pode afetar grandemente a saúde física e mental, além da percepção de felicidade e sensação de bem-estar. Essas descobertas são importantes para nossa compreensão da saúde e das práticas parentais”, acrescentou Chen.

É o caso de Rogger William, 20, irmão de Laysah. Morando atualmente na Austrália, onde estuda Música no Hillsong College, vinculado à Hillsong Church, ele frequentou a EBD da infância até a adolescência. Além de aprender a ordenar os livros da Bíblia, teve contato com canções cristãs e com histórias de grandes nomes da Bíblia, como Noé, Davi e Sansão.
“Eu gostava de estar cercado por amigos e aprender mais sobre a Bíblia. Ainda me lembro de quando eu aprendi o termo ‘bem-aventurado’ em uma dessas classes infantis.

Os professores eram muito bons e traziam um ambiente amistoso e divertido, mas sempre focado na Bíblia e em Jesus”, recorda-se.

“TU, PORÉM, PERMANECE NAQUILO QUE APRENDESTE”

Fazendo menção ao texto de II Timóteo 3.14,15, o pastor Gilberto Celeti, superintendente da Associação Pró-Evangelização de Crianças (Apec), reforça os dados da pesquisa de Harvard. Entretanto, acredita que essa faixa etária necessita de um pastoreio bem preparado. “Primeiramente, as igrejas precisam parar de usar o departamento infantil como ‘isca’ para que os pais participem confortavelmente das reuniões. Em segundo lugar, devem investir para ter os melhores mestres envolvidos na evangelização e no discipulado das crianças”, opina.

Pr. Gilberto destaca que um verdadeiro pastor de cordeirinhos deve executar três ações notórias: buscar os perdidos, nutrir as crianças com alimento saudável e protegê-las dos animais ferozes, como games, gibis, mídias e qualquer tipo de ensino antibíblico. “Nosso objetivo é conduzir crianças à salvação em Cristo, e não formar simplesmente pessoas que não se envolvam com vícios e façam trabalho voluntário. Uma criança nascida de novo será uma pessoa não só salva por toda a eternidade, mas também será o melhor cidadão que este mundo pode esperar ver.”

ENSINANDO PRINCÍPIOS

Membro da Assembleia de Deus de Aquários Ministério de Madureira em Cabo Frio (CADCAF), onde é professora de classe infantil, Luciene de Souto Valério, mãe de duas filhas, de 8 e 21 anos, entende que a Igreja ensina princípios, valores e preceitos bíblicos que vêm sendo deturpados ou até se tornam inexistentes em outros lugares.

“Os ambientes seculares são extremamente atrativos para as crianças. É indispensável que a Igreja rebata isso oferecendo acolhimento e um lugar alegre, confiável e agradável”, diz Luciene, que é professora de crianças de 5 a 8 anos.

Na análise da psicóloga clínica Veruska Ghendov, o aprendizado de regras se torna fundamental. Nesse sentido, a escolha de uma religião, salienta, dá esperança e fé de que não estamos sozinhos. Por isso, é de extrema importância a boa formação dos instrutores. “Os educadores religiosos precisam ter preparo e treinamento para entender que o lúdico é a maior forma de desenvolvimento da criança. Vários estudos mostram que o brincar desenvolve raciocínio, coordenação motora e percepção e abre caminho para o entendimento por associações, entre outros benefícios.”

Membro da Igreja Universal do Reino de Deus, a jornalista Alessandra Lemos é casada com Marcelo Barauna e mãe do pequeno Samuel Lemos Esteves de Mello, de 5 anos. Ciente da conclusão da pesquisa da Universidade de Harvard, ela frisa que a Escola Bíblica Infantil (EBI) é um trabalho espiritual com a visão de levar a educação cristã de forma dinâmica e atrativa. A instituição também pretende dar apoio, suporte e orientação aos pais sobre como conduzir os seus filhos nos caminhos de Deus.

“O ambiente da EBI é encantador. Basta uma visita para vermos como o trabalho é feito com muito carinho, responsabilidade e, principalmente, espiritualidade. As ‘tias’ são preparadas para realizá-lo e participam de reuniões mensais a fim de capacitá-las pedagógica e espiritualmente.

Eu creio na Palavra, que diz: ‘Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele’. Por isso acredito e invisto no trabalho da EBI. Vejo como uma semente que está sendo plantada em uma terra fértil, que é o coração puro da criança”, complementa.

O caminho em que se deve andar

Membro da Assembleia de Deus – Ministério Seta, na cidade de Marabá (PA), a “tia” Gabriele Rios, de 23 anos, começou a lecionar na EBD quando tinha 11. Dona de um canal no YouTube com quase 50 mil inscritos, a jovem vê a atividade de conduzir a criança a Cristo como missão dos pais e da igreja.

De acordo com ela, agindo dessa forma teremos, no futuro, homens e mulheres de Deus contribuindo com a obra do Senhor e futuros cidadãos do céu. “O professor da EBD infantil e o líder do ministério de crianças precisam trabalhar em parceria com os pais.

A nossa missão é contribuir nessa tarefa de conduzir as crianças a Cristo, mas o apoio dos pais é primordial. Pais e igreja precisam valorizar e investir na vida espiritual de nossos pequeninos”, finaliza.

Pr. Bruno Barroso, da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte (MG), afirma que a fé faz parte das questões imateriais da vida dos pequenos. Imaginário e espiritualidade são elementos que integram a vivência cognitiva da parte da infância, período em que o ser humano se envolve com questões primordiais da fé como salvação e condenação, conclui. “A fé dará resposta e direção em seu crescimento.

O caminho em que se deve andar
“Uma igreja precisa promover vivência e amizade entre suas crianças e também uma interação com a comunidade”
Pr. Bruno Barroso, da Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte

A Igreja precisa ser acolhedora. Desde a preocupação real com a pauta da infância, inserida no currículo escolar da escola bíblica com conteúdo eficaz, até seu espaço físico. Uma igreja que pensa em criança é facilmente conhecida pelo espaço que as dá em culto, nos momentos de vivência da comunidade.

Precisamos ir além da EBD. Uma igreja precisa promover vivência e amizade entre suas crianças e também uma interação com a comunidade.” O líder ministerial avalia, ainda, que os benefícios adquiridos por crescer na igreja vão além da questão espiritual, pois também auxiliam na formação do indivíduo como cidadão.

“A criança que cresce na igreja fala melhor em público, é sarada de alma, vai bem na escola. O desenvolvimento se dá em diversos níveis quando ela está em comunidade e é desenvolvida. A igreja precisa aproveitar essa diversidade de abordagens para desenvolver um caráter cristão na criança e fazer dela um amigo de Jesus desde a infância.”


Dicas de leitura

O caminho em que se deve andarBoas Ideias Para Professores de Educação Cristã
Telma Bueno

 

 

 

 

O caminho em que se deve andarAEIOU do Ministério Infantil
Pr. Gilberto Celeti

 

 

 

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