Desde que evangélico deixou de ser “protestante”, política passou a ser coisa do diabo.
As últimas cinco gerações caminharam entre a total alienação e a indecisão sobre em quem votar. Seria a política uma questão espiritual? Muitos imaginam que participar da política é uma conduta que entristece a Deus, uma vez que é algo nojento, do qual um crente não deve participar. Acontece que política e religião estão intimamente ligados em toda a Bíblia. Quando Israel pediu um rei, para que Deus não reinasse mais (1Sm 8:7), o povo queria mudança e resolveu votar na oposição, mesmo tendo Deus, como “rei”, oferecido ao povo “bolsa-segurança” contra os filisteus, “minha terra minha vida”, “vale-maná”, etc. E mesmo tendo um cabo eleitoral como o profeta Samuel, não deu outra: “perdeu a eleição” para Saul. Deus poderia se perguntar: onde errei? Ele não errou, mas não contava com a omissão do povo, por isso Ele poderia ter ouvido a parábola de Jotão. (Jz 9:8-15). A história é a seguinte. As árvores resolveram ungir um rei e pediram à oliveira, à figueira e à videira: “Reina sobre nós”. Mas todas disseram não. Então todas as árvores disseram ao espinheiro: “Reina sobre nós?” O espinheiro respondeu: “Só se for agora”. Moral da história imoral: quando aqueles que têm condição de governar se omitem, os “espinheiros” fazem a festa. A Palavra de Deus nos ensina que “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando.” Tg4:17. Para Calvino, a Igreja e o Estado são duas instituições procedentes de Deus (Rm 13:1-2). Martin L. King disse que se preocupava muito mais com o silêncio dos bons do que com o grito dos maus.
Os evangélicos precisam perceber que é a nossa omissão que permite que espinheiros governem. Enquanto estivermos preocupados só com o óleo santo, com a doçura da palavra ou com vinho da alegria, mas omissos quanto à sociedade que nos cerca, estaremos incentivando os espinheiros na política. É hora de ouvirJotão e acabar com a indecisão.
NEM DEUS CONSEGUE!
Recentemente li um artigo sobre uma pesquisa que mostrava que o aumento de membros nas igrejas evangélicas tradicionais (diferente de algumas neopentecostais) tem sido (em média) inferior ao crescimento da população. Tenho absoluta certeza de que é desejo de qualquer cristão que sua igreja cresça. Mas muitas vezes a vontade e a realidade estão distantes. Por que o resultado do crescimento tem sido tão pequeno ou bem abaixo do esperado? Se você perguntar a um sujeito que está cortando uma árvore usando a parte de trás do machado por que está difícil, é possível que lhe diga que a árvore é dura, que o vento atrapalha, etc. Todas essas coisas podem ser verdade, mas nenhuma delas é a verdadeira dificuldade. Todos sabem que quem dá o crescimento é Deus (1Co 3:6), mas como crerão se não há quem pregue? (Rm10:14c). Deus sempre capacitou pessoas para realizar a obra. Logo, o crescimento do Reino passa pela proclamação do Evangelho. Nada mais simples, mas para cumprir, isso necessitamos de algo que não queremos dar: compromisso e envolvimento. Compromisso implica senso de responsabilidade, ou seja, não importa as circunstâncias ou se os outros não fazem. Sei o que tenho que fazer e faço a minha parte. Envolvimento é estar dentro, é fazer parte, é estar ligado. Não tem jeito: se não houver compromisso e envolvimento, nem Deus consegue fazer uma igreja crescer.
SE LIGA, BROTHER!
Confesso que tenho ficado um pouco assustado com o nível dos relacionamentos dos jovens dentro de nossas igrejas, trocando a vida cristã por algo que na linguagem de Tiago (4:1) significa “militar nos prazeres da carne”. Esse fato tem causado no meio da Igreja dois fatores cruéis: 1) Distância de Deus e 2) Infidelidade, ou na linguagem de Tiago, adúlteros. Mas por que tem acontecido isso? Tiago responde: é que nossos jovens estão priorizando a amizade com o mundo, logo tornando-se inimigo de Deus (Tg 4:4). O crentão que nunca vai à EDB, pois não consegue acordar no domingo cedo, diz: “O que importa não é o que você acha, mas é Deus saber que eu gosto mesmo das ‘paradas’ da igreja e quando dá, eu até vou lá, porque o ‘tiozão pastor’ é meu brother!”Encurtando o papo: Deus oferece paz e alegria verdadeiras no presente e vida eterna no futuro. A amizade com o mundo lhe oferece desilusão no presente e o inferno (a ira de Deus) no futuro. O mundo não merece a sua amizade. Se liga, brother!