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sexta-feira, 29 março 2024

Não perca Jesus de vista

“Qual a importância que damos à nossa vida espiritual? Porque é isto que vai fazer toda diferença em nosso relacionamento com Deus”

Por Sergio de Sousa 

Quando chegamos ao final de um ano, é natural fazermos uma retrospectiva das coisas que aconteceram conosco, avaliarmos o que deu certo e o que não deu e ainda o porquê não conseguimos alcançar determinados objetivos.

O início de um novo ano, sempre traz um sentimento de novas oportunidades, uns começam ingressando numa faculdade, outros já passaram por todo o ciclo e agora já estão pegando o seu diploma, há aqueles que desejam passar em um concurso público e para isso, investem muito do seu tempo e esforço, mas os objetivos não se restringem somente à vida profissional, não podemos deixar de falar também da vida sentimental com seus muitos desafios, quantos não sonham em encontrar alguém com quem possam dividir seus medos, anseios, desejos, enfim sua vida e nessa busca a procura é sempre por aquele que faça ele ou ela feliz, quando a preocupação deveria ser “como eu posso fazer alguém feliz”.

Tudo isto tem muito valor e não há nada de errado em desejarmos evoluir no sentido profissional ou sentimental, mas quase sempre o mais importante passa despercebido que é a nossa vida espiritual. A pergunta que fica é qual a importância que damos à nossa vida espiritual? Porque é isto que vai fazer toda diferença em nosso relacionamento com Deus. O Sl. 63.8 nos mostra um pouquinho da intimidade que Davi tinha com Deus, e como isso foi importante nos momentos mais difíceis que ele passou.

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Tudo indica que o salmo é escrito quando Davi fugia de seu filho Absalão, em direção ao deserto de En-gedi. Quando este momento trágico aconteceu, Davi já reinava muitos anos sobre Israel e havia consolidado o seu reino, contudo o seu filho havia se rebelado contra ele não lhe deixando outra alternativa a não ser fugir e essa atitude foi tomada não pensando em si mesmo, mas em seu filho, pois sabia que se resolvesse lutar diretamente, o Senhor lhe daria vitória como acontecera das outras vezes, tamanha era a convicção que Davi tinha da presença de Deus em sua vida.

É importante entender que o que fez Davi manter a serenidade e firmeza, foi o fato de ele ter profunda comunhão com de Deus, essa era a única maneira dele suportar o sofrimento pelo qual estava passando, por isso quando lemos um pouco mais atentamente este salmo podemos ver porque ele diz que a sua alma tem sede de Deus e o seu ser deseja o Senhor “em uma terra seca e cansada onde, não há água”. Sl 63.1, contudo quando chegamos no verso 5 podemos ver onde está o segredo da sua força, pois ele declara com aquele jeito peculiar de quem tem intimidade: “A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta”. Sim! Davi seguia o Senhor de perto, certamente ele tinha os seus compromissos relacionados ao reino e isso envolve a vida profissional, não podemos deixar de ressaltar também as questões envolvendo a sua vida sentimental, que foram muitas, mas a sua vida espiritual estava em primeiro lugar, isto significa dizer que Deus ocupava o lugar central da vida de Davi.

Estamos quase entrando no ano de 2022 e muitas vezes temos o costume de finalizar um ano e começar o outro na igreja, na maioria das vezes nos ajoelhamos meia hora ou quinze minutos antes da meia noite a fazemos a oração de passagem de ano, mas e se num momento desse o Senhor nos surpreendesse e perguntasse como estamos o seguindo, poderíamos responder como Davi? “A minha alma te segue de perto” Sl 63.8 Como estamos seguindo o Senhor? de perto, a uma distância já não muito segura, de longe, ou já o perdemos de vista.

A resposta a estas perguntas podem indicar como anda a nossa vida espiritual, uma coisa é certa, é sempre muito perigoso seguir o Senhor de longe, foi o que aconteceu com Pedro, quando Jesus foi preso. O evangelho de Lucas nos traz este registro quando relata que: “Então, prendendo-o o levaram e o meteram em casa do sumo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe”. Lc 22.54. O fato de Pedro seguir a Jesus de longe, fez com que ele negasse o Senhor três vezes, Lc 22.56-60.

O seu coração estava tomado pelo medo, na verdade aquela noite estava muito pesada e as densas trevas dos momentos que estavam por vir já começavam a se refletir diante dos seus olhos e ele não aguentou, acabou negando o Senhor, quando esta situação estava se repetindo pela terceira vez o galo cantou e numa fração de segundos o olhar do discípulo se encontrou com o olhar de seu Senhor, Lc 22. 61.

Naquele encontro de olhares que falavam mais do que palavras é como se Pedro estivesse pedindo perdão e Jesus lhe dizendo que estava perdoado. O que aconteceu logo em seguida é que Pedro saiu dali e “chorou amargamente”. Lc 22.62, aquele choro com certeza não foi um choro de remorso mas de arrependimento. Mais a frente vamos ver Jesus depois de ter ressuscitado conversando com Pedro e perguntando: Simão, filho de Jonas, amas-me? Jo 21.15-17. E aquele que tinha negado Jesus três vezes agora o confessa três vezes também.

Finalmente Jesus tinha trazido o apóstolo para perto dele novamente. Que jamais percamos a Jesus de vista, mas que possamos seguir o Senhor de perto, porque se estivermos perto de Jesus tudo estará bem.

Sergio de Sousa é Pastor da Assembleia de Deus ministério do Belém e Professor de Teologia na FAESP. Faculdade Evangélica de São Paulo.

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