Não é o mundo digital que nos afasta de Deus, mas o uso errado que fazemos dele através de motivações erradas
Por Marisa Lobo
A vida moderna, além das comodidades atreladas ao avanço tecnológico, também trouxe consigo alguns desafios que precisamos aprender a lidar, a fim de continuarmos mantendo a comunhão com Deus. Talvez o maior deles, atualmente, seja a influência do mundo digital em nosso comportamento, e é sobre isso que falaremos no artigo de hoje.
Em qualquer parte do mundo, hoje, vemos pessoas tendo acesso à internet, salvo em regiões muito isoladas. Felizmente, o mesmo podemos dizer da Bíblia Sagrada. A mesma tecnologia que levou o mundo virtual aos quatro cantos do planeta também facilitou a propagação da Palavra de Deus. É importante entendermos isso, pois, assim, deixamos claro que a evolução tecnológica, por si mesma, não é inimiga da fé cristã.
O mundo digital pode ser uma ameaça, mas também um facilitador da nossa comunhão com Deus. Você não estaria lendo esse texto agora, por exemplo, se não tivesse acessado o site da Comunhão através do seu computador ou do seu celular. A mesma ferramenta, portanto, que para alguns é armadilha (refiro-me à internet) também é canal de bênção para outros. E por quê?
A resposta está em nós mesmos, precisamente em nossa motivação e sentido de vida. O que me faz acessar a internet com o intuito de aprender mais sobre Deus é o desejo de querer estar em comunhão com Ele. Essa verdade também se aplica para quem, em vez disso, passa horas acessando conteúdos impróprios.
Não é o mundo digital que nos afasta de Deus, mas o uso errado que fazemos dele através de motivações erradas. Isso posto, quero listar três coisas que podem ajudar você a se manter fiel ao Senhor Jesus. Basicamente, são perguntas que você deve fazer a si mesmo(a), sempre que estiver acessando a internet.
1 – Vai me edificar?
Todo cristão deve ter como regra de vida o que a Bíblia nos ensina em Mateus 6:22, onde está escrito que “a candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz”. Essa passagem se aplica muito bem aos dias atuais, pois é pela visão que temos acesso a grande parte do conteúdo do mundo virtual.
Ao entrar na internet para fazer algo, pergunte-se: vai me edificar? Edificação equivale a construção. Se algo não serve para construir, em você, algo bom na sua relação com Deus, esse algo deve ser descartado.
É por isso, também, que em 1 Coríntios 10:31 está escrito “assim, quer vocês comam, quer bebam, quer façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”, pois o cristão não deve separar a sua vida espiritual das suas ações, sejam elas no mundo físico ou no virtual.
2 – O que Jesus faria no meu lugar?
Em segundo, se você tem dúvidas sobre algo poder ou não lhe edificar, pergunte-se: o que Jesus faria no meu lugar? A Bíblia nos ensina em Efésios 5:1 que devemos ser “imitadores de Deus” como filhos que seguem os passos do pai. Qualquer coisa que você pretenda fazer, certamente o Espírito Santo lhe trará a resposta certa ao fazer esse questionamento.
3 – Qual é o objetivo?
Se as duas primeiras perguntas não lhe ajudarem, o que acho bem difícil, essa terceira poderá cumprir esse papel. Como disse anteriormente, o que ameaça a nossa comunhão com Deus não é a mera existência do mundo virtual, mas o uso que fazemos dele através das nossas motivações.
Ao acessar determinado conteúdo na internet, pergunte-se: qual é o meu objetivo? Essa pergunta lhe trará a resposta das duas questões anteriores: é para edificação? Jesus faria o mesmo, se estivesse em meu lugar?
Em princípio, parecem questões simples, mas há muito mais profundidade nelas do que imaginamos. Se transformarmos isso em um exercício diário, isso se tornará tão natural que logo não será mais preciso vir à mente.
Esse é o tipo de comunhão que devemos ter com Deus nos dias atuais: um nível de intimidade onde a presença do Espírito Santo é tão marcante que já não precisamos ter dúvidas sobre o que fazer, ver e ouvir, pois aplicamos o que está em Romanos 12:2 – “não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente”.
Por fim, comunhão se mantém com relacionamento, e isso é algo que se constrói diariamente. Com Deus não é diferente. Devemos manter com Ele uma relação de Pai e filho, onde todos os dias nos sentamos para conversar (oração) e aprender (leitura da Bíblia). É o tradicional devocional, pessoal e em família.
Buscar apenas o que edifica, imitar a Jesus, ter os objetivos corretos e realizar o devocional diário, essas são as minhas orientações para quem deseja manter a sua comunhão com Deus, independentemente de em qual mundo esteja, seja ele físico ou digital.
Marisa Lobo é psicóloga, especialista em Direitos Humanos, presidente do movimento Pró-Mulher e autora dos livros “Por que as pessoas Mentem?”, “A Ideologia de Gênero na Educação” e “Famílias em Perigo”.