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sexta-feira, 18 DE abril DE 2025

Mulheres negras são maioria nas igrejas evangélicas de SP

Foto: FreePik

Na capital paulista, 71% dos evangélicos frequentam pequenos templos nas periferias, que reúnem até 200 pessoas

Por Patricia Scott

Mulheres negras de famílias com renda de até três salários mínimos são maioria nas igrejas evangélicas, em São Paulo. A informação é da pesquisa Datafolha, realizada entre 24 e 28 de junho, que ouviu 613 moradores da capital, declaradamente evangélicos.

Em São Paulo, onde uma em cada quatro pessoas é evangélica, a pesquisa revela que 58% é mulher e, segundo o Censo 2022, 53% da população local. Os evangélicos negros, incluindo os pardos, representam 67% do total. Em média, segundo o Censo, esse grupo equivale a 43,5% da população paulistana.

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O pesquisador Rodrigo Toniol, professor de antropologia na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que o perfil predominante nos templos evangélicos é negro, pobre e feminino. “Acho que vale insistir para a gente chamar atenção de que essa também é a cara do brasileiro médio”.

Pequenos templos

Na capital paulista, 71% dos evangélicos frequentam pequenos templos. Eles reúnem até 200 pessoas, estando concentrados nas periferias, onde predominam as igrejas de bairro.

Muitas dessas igrejas são informais, sem registro oficial. Elas funcionam em galpões improvisados. As cadeiras são de plástico, e o púlpito básico.

Já as grandes igrejas são exceções na cena religiosa. Apenas 12% dos evangélicos frequentando templos com mais de 500 pessoas.

Período da conversão

O pesquisador Rodrigo Toniol observa uma sólida transferência da identidade religiosa dos pais para os filhos evangélicos, um fenômeno que já foi mais prevalente no catolicismo. “Pesquisas mostram que os evangélicos tendem a permanecer na mesma esfera religiosa, mesmo que mudem de igreja ao longo do tempo. “Ele pode ir para outras, tem uma circulação”.

Sendo assim, de acordo com o levantamento do Datafolha, quatro em cada 10 entrevistados disseram frequentar uma igreja evangélica desde o nascimento ou antes dos 12 anos. São os chamados “evangélicos de berço”, uma geração que cresceu imersa na fé cristã evangélica.

Por outro lado, 55% dos casos, nem o pai nem a mãe frequentava a igreja quando o fiel era criança, pontua o estudo. Sendo assim, a maioria se converte à fé evangélica depois dos 18 anos, com 46% relatando que começaram a frequentar cultos nessa faixa etária.

Troca de religião

Conforme o estudo Datafolha, 58% dos evangélicos afirmam nunca ter pertencido a outra religião. No entanto, quando ocorre uma troca, a Igreja Católica é a principal perdedora: com 38% dos convertidos oriundos dessa tradição.

O restante se divide entre religiões como umbanda, candomblé, espiritismo e budismo.

Congregados e desigrejados

Pesquisa também mostra que 43% dos evangélicos dizem pertencer a uma denominação pentecostal, como Assembleia de Deus, Congregação Cristã do Brasil e Deus É Amor. Outros 22% são membros de igrejas neopentecostais, como Universal e Renascer. Já as igrejas históricas, como batistas e presbiterianas, representam 10% dos evangélicos.

A frequência aos cultos destaca o alto engajamento dos fiéis. Isto porque 54% participam dos cultos mais de uma vez por semana, enquanto 26% vão pelo menos uma vez por semana.

Já os “desigrejados” representam 5% da amostra. Eles fazem parte do grupo que se identificam como evangélicos, mas não frequentam uma igreja. 

A pesquisa Datafolha possui margem de erro de quatro pontos percentuais. Ela foi elaborada com a colaboração dos antropólogos Juliano Spyer e Rodrigo Toniol. Além da socióloga Christina Vital e do cientista político Vinicius do Valle. Com informações Folha de São Paulo

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