Conselheira é afastada de escola na Inglaterra após publicações nas redes sociais sobre valores bíblicos
Por Patrícia Esteves
A liberdade de expressão e a manifestação de crenças pessoais são temas frequentemente debatidos socialmente. Mesmo a vida particular e o sistema de crenças de qualquer pessoa estão à mercê do julgamento social à medida que o uso das redes sociais se intensifica. Quais são os limites entre a vida profissional e privada, especialmente quando valores religiosos estão em jogo? Em um ambiente escolar, essas tensões podem se agravar, como demonstra um acontecimento recente no Reino Unido.
Gozen Soydag, uma conselheira cristã de 37 anos, foi demitida da St. Anne’s Catholic High School for Girls, no norte de Londres, por postagens nas redes sociais que promoviam ensinamentos bíblicos sobre casamento e família. Ela afirma que seus conteúdos foram considerados incompatíveis com a missão da escola, resultando em sua dispensa em fevereiro de 2023.
Soydag administra no Instagram o perfil @wifeinthewaiting, onde compartilha mensagens sobre a santidade do casamento e a estrutura familiar tradicional. Uma de suas postagens citava Efésios 5:22, que orienta esposas a se submeterem a seus maridos, segundo os ensinamentos cristãos. Outra publicação, que incluía um vídeo de uma mulher muçulmana falando sobre submissão conjugal, teria despertado preocupação entre funcionários da escola.
De acordo com Soydag, sua intenção sempre foi oferecer orientação para mulheres adultas interessadas nos princípios cristãos do casamento. “Meus canais de mídia social eram sobre compartilhar esperança por meio da Palavra de Deus, especialmente para mulheres”, afirmou.
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Caixa inicia hoje calendário de aditamento do Novo Fies - 133 mil estudantes podem fazer manutenção contratual obrigatória A conselheira relata que, após uma reunião em fevereiro de 2023, foi instruída a tornar sua conta no Instagram invisível nas buscas do Google — uma exigência que considerou tecnicamente inviável no curto prazo determinado pela escola. Dias depois, foi informada de sua demissão.
A escola justificou a decisão citando a suposta incompatibilidade entre o “extenso perfil online” de Soydag e sua declaração de missão cristã. Entretanto, a conselheira acredita que sua abordagem está alinhada aos valores religiosos promovidos pela instituição. “Ainda não sei o que fiz de errado para justificar minha demissão”, declarou.
Com apoio do grupo Christian Legal Centre (CLC), Soydag abriu uma ação no tribunal trabalhista, alegando violação de direitos contratuais e demissão injusta. A CEO do CLC, Andrea Williams, classificou a situação como um caso de capitulação à “ortodoxia secular” em uma escola que deveria proteger valores cristãos. Isso significa agir de acordo com regras que excluem qualquer influência religiosa na vida pública.
Para Soydag, a situação levanta uma reflexão sobre diversidade e inclusão nas instituições. “Se fosse qualquer outra pessoa com uma crença reconhecida pela cultura ‘inclusiva’, eu teria sido celebrada e promovida”, afirmou. Enquanto o caso se desenrola nos tribunais, o episódio revela os desafios enfrentados por cristãos que desejam viver sua fé publicamente, mesmo em espaços que supostamente compartilham de seus princípios religiosos. Com informações de Christian Post
