Nas últimas semanas, na província de Cabo Delgado, 14 igrejas ficaram totalmente queimadas, pastores foram mortos e outros líderes estão desaparecidos
Por Patricia Scott
Após uma onda de ataques do grupo islâmico Al-Shabaab, a missionária Heidi Baker pediu oração pelos cristãos em Moçambique. Isto porque nas últimas semanas, na província de Cabo Delgado, 14 igrejas ficaram totalmente queimadas, pastores foram mortos e outros líderes estão desaparecidos, conforme informação da missão Iris Global.
“Só queremos pedir que você ore por nós aqui em Cabo Delgado. Queremos reconstruir nossas igrejas, ajudar as pessoas a voltarem para suas fazendas e casas. Sabemos que Deus está no controle e que Ele ama os nossos lindos irmãos e irmãs. E Ele vê, se importa e sente”, disse a missionária, em vídeo nas redes sociais.
O evangelista Antonio relatou que os extremistas continuam realizando ataques na região e afirmam que os cristãos são o alvo. “Tenho uma família que, recentemente, foi atacada, perdi duas crianças da minha família nesses ataques. Crianças que nem sabem de nada, elas não merecem todos esses problemas que estão acontecendo. Al-Shabaab continua atacando e, agora, eles dizem que querem matar os cristãos verdadeiros”, detalhou ele, ao lado de Heidi, em postagem no Instagram.
O evangelista revelou ainda que possui alguns familiares que fugiram de casa. Eles ficaram escondidos no mato por cerca de cinco dias, sem alimentos. Antonio suplicou que cristãos ao redor do mundo intercedam pela Igreja Perseguida em Moçambique.
“Como consegue ficar firme em um tempo difícil como esse? Quando ouve que sua família em Cristo que você ama está sendo perseguida todos os dias pelo Al Shabab. Continue orando”, pediu o evangelista Antonio.
Perseguição extrema
Cabe destacar que Moçambique ocupa a 39ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024, que é elaborada por Portas Abertas. A pesquisa destaca as 50 nações mais perigosas para os cristãos. Segundo a agência missionária, aldeias e igrejas foram atacados por extremistas ligados ao Estado Islâmico desde o dia 9 de fevereiro. O número de mortos e feridos ainda desconhecido.
A violência de grupos islâmicos levou muitas pessoas a fugirem de casa. Agora, elas estão deslocadas, de acordo com Portas Abertas. “A violência se tornou um problema comum que os cristãos moçambicanos têm enfrentado”, expõe a agência missionária.
“Esta é a situação da Igreja em Moçambique, especialmente aqui no Norte. Nós cristãos somos alvo de muitas perseguições, muitos são violentados, mortos, e várias igrejas e casas destruídas”, explicou o pastor local Mario Artur.