“Agora sai este documento com os tais ‘direitos sexuais e reprodutivos’. É um modo menos evidente e agressivo de se referir ao aborto”
Por Patricia Scott
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinou um manifesto que visa facilitar o acesso ao aborto no Brasil, durante uma reunião com lideranças femininas de esquerda, no último dia 28 de janeiro. Ela disse que considera o documento “primordial e imprescindível” para a manutenção e expansão dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, segundo divulgação da Folha de S. Paulo.
“Carta Aberta Brasil Mulheres” é o nome do documento assinado pela ministra do STF. O slogan do grupo é “Juntas pela democracia”. No site, as participantes se descrevem como representantes “de vários segmentos e setores da sociedade”.
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Na visão de Lenise Garcia, professora aposentada do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília (UnB) e presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, o fato de a carta não ter usado a palavra “aborto” não quer dizer que o tema tenha sido ignorado. “Agora sai este documento com os tais ‘direitos sexuais e reprodutivos’, que, na verdade, não enganam mais ninguém. É simplesmente um modo talvez menos evidente e menos agressivo de se fazer a referência ao aborto”.
Mulheres famosas da esquerda política, como Gleisi Hoffmann e Marta Suplicy, também assinaram o documento. O manifesto destaca “que não se aceite o retrocesso nas leis que garantem os direitos das mulheres”.
A carta enfatiza a “universalização da educação infantil” e a construção de um programa nacional de incentivo à formação de novas gerações de atletas femininas “cis e trans” em diversas modalidades. O documento menciona ainda o racismo e cobra a “ampliação de políticas de ações afirmativas étnico-raciais reparatórias”. A ideologia de gênero também está presente no manifesto.
Com informações Gazeta do Povo