A pesquisa da Review of Religious Research apontou que o envolvimento com os meios digitais tornou a experiência religiosa mais rica para esse público
Por Victor Rodrigues
Religião e a tecnologia. Para a geração dos nascidos após o início da década de 1980 e 1995, o envolvimento com os meios digitais tornou a experiência religiosa mais rica para esse público, segundo novo estudo aponta.
Por outro lado, essa geração possui uma baixa frequência em atividades religiosas e presenciais na América do Norte.
- Jovens constroem cisternas para famílias vulneráveis no Piauí
- Acesse nossas redes sociais: Instagram e Facebook
Segundo o estudo “Digital Religion US and Canadian Millennial Adults” (Religião Digital EUA e adultos millennial canadenses) publicado pelo instituto Review of Religious Research, a pesquisa explicou hábitos religiosos de pessoas de 18 a 35 anos nos EUA e Canadá.
O relatório da pesquisa foi de autoria de Sarah Wilkins-Laflamme, professora de sociologia da Universidade de Waterloo, no Canadá. O estudo também utiliza os dados da Pesquisa de Tendências do Milênio de 2019.
Resultados da pesquisa
Os millennials, são pessoas “nascidas e criados no final dos anos 1980, 1990 e início dos anos 2000”. Para fins este estudo, a idade ficou entre os nascidos em 1984 a 2001.
De acordo com a pesquisadora Sarah Wilkins-Laflamme “eles são os primeiros nativos verdadeiramente digitais da América do Norte, pois foram criados desde a infância com o mundo digital na ponta dos dedos”.
Além disso, o estudo “aponta como a mídia e os espaços digitais estão moldando e sendo moldados pela prática religiosa”.
Sarah também descobriu que a religião digital é praticada por uma minoria substancial, que pertence a essa geração milenar. Assim, aproximadamente 29% dos millennials canadenses relataram consumir conteúdo digital religioso pelo menos uma vez por mês. Nos EUA esse número foi de 41%.
“Mais e mais pessoas estão se voltando para a espiritualidade nos meios digitais, como grupos de bate-papo com pastores, sermões online e conteúdo religioso nas mídias sociais”, disse a socióloga.
“Descobrimos que embora a religião digital não esteja necessariamente atraindo muitos novos millennials para participar, está tornando a experiência dos já envolvidos mais rica”, continua Sarah.
A participação em cultos presenciais também caíram entre os mais jovens. “A expansão da internet em nossas vidas fez com que uma proporção maior de millennials fosse entrando em contato regular com religião e espiritualidade online”, completa a pesquisadora.
A princípio, a maioria dos millennials dos EUA e do Canadá que se envolvem com a religião digital pelo menos uma vez por mês, e também fazem pelo menos uma atividade religiosa presencial pelo menos uma vez por mês.
Geração do Milênio
“Apenas 5% dos entrevistados adultos jovens que fazem consumo mais frequente de conteúdo digital religioso não frequentam atividades religiosas presenciais em pelo menos uma vez por mês”, disse Wilkins-Laflamme.
Por outro lado, cerca de 11% dos millennials no estudo relataram que consumiam conteúdo digital e frequentavam serviços religiosos mensalmente ou com mais frequência. Apenas 6% disse que consumia conteúdo digital religioso sem igreja.
A seguir, 10% relataram que faziam os três tipos de atividades religiosas presenciais pelo menos uma vez por mês.
“No total, 25% dos entrevistados da geração do milênio participam de atividades religiosas menos convencionais, pelo menos uma vez por mês, e 11% incluíram um componente digital nessas atividades”, observou o relatório do estudo.
Apenas 7% relataram participar do serviço religioso convencional pelo menos uma vez por mês sem outras atividades religiosas e espirituais digitais ou sem igreja.
Wilkins-Laflamme disse que embora a religião digital seja um fenômeno entre muitos millennials, não é a realidade para a maioria. “E para muitos deles, a religião digital desempenha um importante papel complementar à prática presencial de sua fé”, destaca a pesquisadora.
*Com informações de The Christian Post.
