Pastores de várias denominações são contra as mudanças apresentadas pelo presidente Michel Temer.
Pastores ligados à Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito lançaram o manifesto “Pastores contra a Reforma da Previdência”. Trata-se de um “grito dos evangélicos para que a reforma” como foi apresentada, não seja aprovada. A campanha foi lançada pela internet.
Segundo a coordenadora nacional da frente, a Jornalista Nilza Valéria Zacarias do Nascimento, a reforma vai afetar a dignidade que se deve ter na velhice. “A reforma reforçará a perda de direitos, sobretudo dos mais pobres e afetará consideravelmente a dignidade que se deve ter na velhice, defendida, inclusive, pela Bíblia Sagrada”, declarou.
O texto foi assinado por muitos pastores de esquerda. Movimento declara que a mudança é “maldita” e diz que foi formada “para oprimir o povo pobre e trabalhador”. Outro trecho do texto critica os encontros que Temer tem feito com pastores evangélicos declarando que é “estranho” que um presidente de um estado laico busque apoio de religiosos.
E também faz críticas a pastores aliados ao governo como “coronéis evangélicos”. “Ao participarem dessas conversas, carimbam e plastificam a carteirinha de traidores do povo que os via como pastores. Isto é, se revelarão como verdadeiros lobos, ou pior, como pastores de seu próprio ventre, dependendo do que esse governo oferecerá como moeda de troca, e o que eles aceitarão.”
Temer e Evangélicos
A aproximação do presidente Michel Temer com pastores tem sido feita desde o início do ano. Foram vários encontros com líderes evangélicos. Oficialmente o objetivo seria diminuir a insatisfação das mudanças na aposentadoria. E pedir o apoio da classe para a Reforma da previdência.
A percepção do governo é que os líderes evangélicos possuem boa penetração nas classes C e D onde. Segundo análise interna do governo, concentra-se a maior resistência às mudanças na aposentadoria.
Frente de Evangélicos
Desde seu início, em 2016, a Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito reuniu mais de 6 mil adesões. Possui representantes em todos os estados e núcleos já organizados em 15. “São crentes das mais diversas denominações, como batistas, anglicanos, metodistas, presbiterianos, congregacionais, assembleianos e de igrejas independentes”, diz Nilza.
Para o pastor José Marcos da Silva, da Igreja Batista em Coqueiral, em Recife, Temer tem “se empenhado cabalmente na agenda de retirada de direitos, sobretudo dos oprimidos”. Ele criticou o que chamou de “conchavo” entre as lideranças evangélicas e o governo atual. “Eles podem se achar acima da lei, mas não estão acima da lei de Deus. Aos líderes que apoiaram esse tipo de coisa, quero dizer que vocês têm a responsabilidade de ser a boca de Deus, sobretudo para os oprimidos”.
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