Mais de 300 cidades do país têm mais eleitores que habitantes. É o que apontou o levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com base na estimativa populacional do IBGE divulgada essa semana.

Segundo a pesquisa, metade dos municípios onde ocorre a inversão está em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e em Goiás. E todos são de pequeno porte. O município com menor número de eleitores é também o menor do país em habitantes. É Serra da Saudade (MG), com 941 para 786 habitantes.

Em todo o país estão aptos para votar 146,8 milhões de eleitores, o que corresponde a 70,4% da população brasileira, de 208,5 milhões. Os menores colégios eleitorais do país estão em cidades com menos ou pouco mais de mil habitantes.

Análise

O levantamento da confederação foi baseado nos registros do TSE. E ressalta que as diferenças ocorrem pela distinção entre os domicílios eleitoral e civil. Isso permite que o eleitor more um uma cidade e vote em outra.

“Morar numa cidade e votar na outra é possível, não é fraude. São várias situações. São todos municípios de pequeno porte. Há muitas cidades litorâneas onde a pessoa acaba adquirindo imóvel, mas reside e trabalha em outra, e com o tempo transferiu o título pra lá também”, afirmou o presidente da confederação, Glademir Aroldi.

Porém, segundo Aroldi, o número real de habitantes de algumas cidades pode estar subestimado. O próximo censo do IBGE está previsto para ser feito em 2020, e a estimativa mais recente do instituto foi baseada no censo anterior, de 2010.

São equívocos que podem trazer impactos para a população e o município. “Isso traz prejuízos enormes para o município porque os programas e recursos do governo federal são distribuídos de acordo com o número de habitantes”, disse Aroldi.

*Redação de Comunhão, com informações da Agência Brasil 

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