Recente onda de repressão elevou o número de seguidores de Jesus detidos no país, que é o 4º na Lista Mundial da Perseguição 2024
Por Patricia Scott
Nos últimos 12 meses, 218 cristãos foram presos na Eritreia, país africano localizado na costa do Mar Vermelho. A recente onda de repressão elevou o número total de seguidores de Jesus detidos para aproximadamente 400. A informação consta no relatório da Release International, sediada no Reino Unido, a instituição cobre a Igreja Perseguida ao redor do mundo.
Eles estão presos por tempo indeterminado, sem julgamento ou acusação formal devido a fé em Cristo. Ainda segundo o relatório, 110 cristãos foram capturados entre janeiro e maio.
“A maioria foi retirada de suas casas — alguns às 3h da manhã”, diz o parceiro do RI, Dr. Berhane Asmelash, que anteriormente também foi preso por sua fé. Ele afirma ainda que “na última onda de prisões, algumas crianças foram detidas junto com os pais, e em alguns casos, a família inteira está na prisão.”
Asmelash ressalta a preocupação com o bem-estar físico e mental das crianças. “Algumas têm apenas dois anos. Isso é totalmente inaceitável, e condenamos fortemente este ato desumano do governo eritreu.”
De acordo com Berhane, a maioria dos detidos está na prisão de Mai Serewa. No entanto, diversas outras prisões do país receberam outros cristãos.
Perseguição governamental
A Eritreia, localizada no Chifre da África, aparece em 4º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024 elaborada por Portas Abertas. A instituição relata que apenas as igrejas Ortodoxa Eritreia, Católica Romana e Luterana são reconhecidas no país, de maioria islâmica.
No entanto, mesmo as igrejas reconhecidas pelo o regime são monitoradas pelo governo. Assim, qualquer pessoa que frequente outra denominação está em risco de ser presa. Além disso, “falar abertamente sobre perseguição ou interferência do governo em assuntos da igreja não é tolerado”.
Portas Abertas destaca ainda que o governo vigia todos os cidadãos da Eritreia e promove um estigma contra os cristãos. Isso significa que qualquer pessoa que se converta do islã ou deixe a Igreja Ortodoxa Eritreia para fazer parte de uma igreja evangélica estará sujeito a intensa pressão da família e comunidade, bem como do governo.
Em 2002, o regime governamental proibiu a maioria das denominações cristãs. Desde então, tem perseguido cristãos, aprisionando-os indefinidamente sem julgamento.
Seu governo reconhece apenas quatro religiões estatais: a Igreja Ortodoxa Eritreia Tewahedo, o Islã Sunita, a Igreja Católica e a Igreja Evangélica Luterana da Eritreia, mas mesmo com estas, o governo mantém um controle rígido sobre suas atividades, suas finanças e pregação.
Diante desse contexto, Portas Abertas trabalha por meio de igrejas parceiras locais na Eritreia para fornecer projetos de desenvolvimento econômico, treinamento para enfrentar a perseguição e discipulado. Além de orar, é possível ajudar de maneira prática com doações para o projeto da instituição de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.