A reunião entre o bispo Manoel Ferreira e o ex-presidente da República aconteceu em um sítio de Cecíliano, no interior do Rio de Janeiro
Por Patricia Scott
De olho na corrida eleitoral rumo a 2022, tendo como foco angariar votos do eleitorado evangélico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, na semana passada, no Rio de Janeiro, com o bispo Manoel Ferreira, líder da Assembleia de Deus de Madureira, uma das principais denominações do País.
O líder assembleiano tem apoiado o presidente Jair Bolsonaro desde o processo eleitoral de 2018. No entanto, anteriormente, foi aliado do governo Lula e, inclusive, apoiou publicamente a reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014.
O encontro, segundo aliados do bispo Manoel, foi uma “visita de cortesia” articulada pelo deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A reunião aconteceu em um sítio de Ceciliano, no interior do estado, antes de Lula seguir para sua agenda oficial no Rio de Janeiro.
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O deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), líder da bancada evangélica na Câmara e membro da Assembleia de Deus, afirmou ao jornal O Globo que a igreja e o bispo Manoel Ferreira seguem aliados de Bolsonaro. A foto do encontro entre Lula e Ferreira foi divulgada primeiramente nas redes sociais do ex-governador Anthony Garotinho, que disse não ter participado da reunião. Cezinha afirma ter entrado em contato com Garotinho para explicar as circunstâncias do encontro após a publicação da foto.
Um aliado do ex-presidente Lula disse reservadamente, ao Jornal Extra, que o encontro faz parte da tentativa do PT de “reelaborar a relação” com o segmento evangélico, mas de forma gradativa. Pastores considerados mais progressistas são críticos à postura de lideranças das principais igrejas do país, que apoiaram Bolsonaro em peso nas eleições de 2018.
Comunhão entrou em contato com a Convenção Nacional das Assembleias de Deus de Madureira, instituição presidida pelo bispo Manoel Ferreira, solicitando uma declaração oficial do líder assembleiano. No entanto, até fechamento da matéria, não houve retorno.
