O chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, é um dos mediadores na nova investida do governo para se aproximar dos evangélicos
Por Michelli de Souza
Em breve, o Palácio do Planalto poderá ter uma ministra evangélica. É o que estão dizendo interlocutores de Lula, que planeja convidar um membro da Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional (FPE) para assumir uma pasta, o qual deve ser, preferencialmente, uma mulher. O objetivo, além de tentar se aproximar deste segmento cristão, seria fazer um aceno ao público feminino.
De acordo com auxiliares do presidente no Planalto, Lula deve fazer uma reforma ministerial após fevereiro do próximo ano, quando ocorrerão as eleições para a presidência da Câmara e do Senado. O chefe do executivo nacional quer iniciar a segunda metade do mandato com uma equipe que simbolize a nova correlação de forças no país, na esteira das eleições municipais. A estratégia tem como finalidade amarrar acordos para sua possível candidatura a novo mandato, em 2026. O eleitorado evangélico tem sido uma aposta como o grupo que pode mudar o rumo das eleições, já que corresponde a cerca de 30% da população brasileira.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) estão entre os nomes avaliados para ocupar uma vaga no primeiro escalão. A petista já foi ministra de Assistência e Promoção Social de 2003 a 2004, no primeiro mandato de Lula. Agora, um dos ministérios na mira dos evangélicos é o do Desenvolvimento Social, que abriga o programa Bolsa Família e hoje é comandado pelo senador licenciado Wellington Dias (PT).
O chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, e o titular de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, são os ministros que têm mediado o diálogo com líderes evangélicos, a pedido de Lula.
“Sou terrivelmente pacificador”, disse Messias ao Estadão, em um contraponto a Bolsonaro que, em 2019, quando era presidente, disse desejar um perfil “terrivelmente evangélico” para ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).
*Com informações Estadão