A prisão de Lula definitivamente não é um assunto que me preocupa
Mas me assusta, e muito, a queda de braço despudorada e horripilante que têm feito os advogados dele, em conluio com vários ministros do Supremo Tribunal Federal. Isso, sim, me causa apreensão. Meu velho pai já dizia que, se é lei, tem que cumprir, mesmo que seja injusta (por ser procurador federal, para ele, obedecer à lei era o mínimo que sua função exigia). Mas o que temos visto hoje? Não importa se é lei ou não, o que vale é meu interesse.
Meu medo é que essa situação possa levar nosso país ao completo caos. Não estou sendo catastrófico. Todo cidadão de respeito precisa confiar em algo pelo qual importa lutar e viver e, quando como país perdemos nossos referenciais (e querendo ou não nossa Corte máxima é um desses referenciais), isso deixa no meio do povo um clima insustentável de indignação e angústia.
Por que estou preocupado? Pela simples razão de que, sempre quando um país entra em caos, todos procuram um culpado. Por experiência da História, desde o incêndio de Roma, os cristãos sempre foram os culpados. Lula preso ou solto, a Igreja evangélica será a culpada.
Mas deixa eu lhe dar uma boa notícia: são nesses momentos, de muita luta e provação, que a Igreja cresceu, mostrou ao mundo quem somos e por que cremos em Cristo. Foi em uma situação como essa que Pedro disse: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo” (1 Pe 4:12,13). Que importa se Ele vai preso?