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sexta-feira, 19 abril 2024

Os 13 anos da lei Maria da Penha

A cada 2 min, uma mulher recebe proteção contra violência doméstica no país. No aniversário da lei, o alerta é para que as vítimas denunciem os agressores desde o primeiro abuso e conclamam testemunhas a ajudar.

Treze anos de proteção ampliada, mais denúncias e mais conscientização. O aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006 e reforçada em 2015 pela Lei do Feminicídio, representou avanços no combate à violência doméstica e de gênero.

Mas as marcas negativas teimam em chamar mais a atenção para a data. Marcas como as deixadas no corpo da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, que antes de morrer ao cair do prédio em que morava, em Guarapuava (PR), foi agredida por mais de 20 minutos pelo ex-companheiro Luís Felipe Manvalier, de 32, sem que ninguém denunciasse.

Marcas como as sofridas pela cabeleireira Tatiane Rodrigues da Silva, de 30 anos, morta a facadas na madrugada de ontem em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em crime atribuído ao ex-namorado, Hamilton Ezequiel da Silva, de 33, que já havia ficado 60 dias preso por agredi-la.

Dados

De acordo com o Instituto Maria da Penha, a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil. A lei homenageia Maria da Penha, uma mulher que lutou por 20 anos para ver seu agressor que tentou matá-la por duas vezes, deixando-a paraplégica.

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Especialistas acreditam que a lei ainda não é suficiente para punir todos os casos, já que uma a cada três mulheres que sofrem com a violência denunciam seus agressores.  Segundo pesquisado Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), em conjunto com o Instituto de Pesquisa DataSenado, as vítimas  deixam de denunciar a agressão por vários motivos. Muitas vezes porque dependerem economicamente do autor da violência, por medo de não conseguir sustentar seus filhos e por vergonha.

Violência contra a mulher

Segundo a antropóloga cristã Lidice Meyer, a violência contra a mulher não é um problema dos dias atuais. É histórico, mas ultimamente tem se mostrado com mais clareza.

“Entre as causas sociais e culturais estão o machismo, o patriarcalismo e a falta de habilidade para conviver com as mudanças nos papéis sociais exercidos pelas mulheres. Alcoolismo, uso de drogas e o desemprego dentro de uma sociedade de formação patriarcal tem elevado o índice de violência”, pontuou.

A mulher cristã

Os dados são alarmantes. As mulheres evangélicas são 40% das vítimas de agressões físicas e verbais no Brasil. A constatação é da  teóloga Valéria Vilhena, ao realizar uma pesquisa em março do ano passado para o curso de doutorado na Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo.

“A questão da interpretação da teologia, acaba fortalecendo ainda mais esse quadro de violência contra as mulheres no meio evangélico, porque a teologia que é passada é a da obediência ao marido. Normalmente, elas acabam culpando o satanás, o inimigo, o diabo, algo externo e não conseguem olhar para a própria relação de violência que vivem”, explicou.


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