Filme mostra o drama de crianças vítimas do infanticídio no Brasil e a comovente história de redenção de outras que foram salvas. “Kanani, eu sobrevivi” estreia no dia 30 de setembro no Youtube
Por Priscilla Cerqueira
Uma história impactante e de emocionar será lançada no Youtube no dia 30 de setembro. Trata-se do filme “Kanani, eu sobrevivi”. Documentário narra a história de sofrimento e redenção da indiazinha kanani, da tribo suruwahá, no Amazonas, que rejeita bebês que nascem com deficiências.
Apesar das tentativas de enterrá-la e flechá-la no coração, Kanani sobreviveu e superou a fome, o desprezo e as agressões até tornar-se a jovem bonita, inteligente, alegre e cheia de sonhos que é hoje. Ela foi salva e adotada pelo casal de missionários e etnolinguistas Márcia e Edson Suzuki que, com seu amor e dedicação, ajudou a escrever sua nova e fascinante história de vida.
O documentário mostra também o empenho do casal de missionários, indígenas e outros voluntários que fundaram a ONG Atini – Voz pela Vida, para proteger as crianças indígenas em risco, apoiar as famílias que não aceitam a prática do infanticídio.
Eles também querem criar seus filhos e sua luta pela aprovação do PLC 119/2015, conhecido como Lei Muwaji que, se aprovado, vai mudar para sempre a história de vida de muitas crianças indígenas.
O documentário
O filme foi elaborado e produzido pelo cineasta João Luiz Santolin de Oliveira, que é da Igreja Presbiteriana de Guarapai (ES), e trabalha com audiovisual há 30 anos. Ele começou a registrar as cenas em 2010, com equipamentos e recursos próprios. Fez um curta metragem com a história do Amalé, um indiozinho do Xingu, que foi desenterrado e salvo por sua vizinha Kamiru Kamaiurá.
Na época, curta foi narrado pela atriz Heloisa Perisse, que participou de vários festivais no Brasil. “A partir daí percebemos a necessidade de falar sobre o tema e os amigos que gostaram do curta resolveram colaborar para fazermos mais filmagens e outros vídeos para ajudar na causa das crianças indígenas, que sofrem com o infanticídio e outras violências, tidas como práticas culturais nocivas. Então conseguimos produzir o novo documentário”, contou.
Projeto Sobreviventes
O documentário faz parte do “projeto Sobreviventes”, criado pelo cineasta para produção de filmes, que denunciem toda forma de violência contra bebês, crianças, adolescentes e adultos. O projeto conta com a ajuda de voluntários e colaboradores que se interessem em apoiar e ajudar financeiramente.
“Esse projeto nasceu no meu coração há alguns anos justamente para denunciar a violência física, psicológica e emocional, abuso sexual, infanticídio indígena, aborto. Mas também tem o objetivo de mostrar histórias de pessoas que venceram e hoje são verdadeiras sobreviventes.